A Polícia Civil apreendeu cinco pistolas e cinco fuzis dos PMs para fazer uma investigação. A polícia também deu provas.
As duas meninas eram primas e brincavam de porta em porta na comunidade de Santo Antônio. Emilly Victoria, que faria 5 anos neste mês, foi baleada na cabeça. Rebeca Beatriz Rodrigues dos Santos levou um tiro no abdômen. Ambos eram enterrado neste sábado (5) sob forte comoção.
Pai de uma das crianças no funeral deste sábado à tarde – Foto: Reprodução
O pai de Emily desmaiou várias vezes e foi sustentado por parentes. Segundo a ONG Rio de Paz, ele é operário da construção civil e ajudou a enterrar a filha.
“É isso que a gente leva, olha. Dois filhos, minha filha, minha sobrinha. Estou só enterrada, isso fica para a comunidade, para os governadores”, disse o pai fechando o local onde estava o caixão da menina.
A avó de uma das meninas disse que estava voltando do trabalho. As meninas a esperavam na calçada para comprar um lanche quando um carro da polícia passou por volta das 20h.
Familiares disseram não saber se houve algum tipo de assédio e disseram ter visto a polícia atirando.
“Eu estava voltando do trabalho e desci do ônibus. Ouvi pelo menos dez tiros. O ônibus passou e o blazer foi parado e deu aquele mergulho para sair. Ele parou na frente da rua e simplesmente atirou”. disse Lídia Santos, avó da Rebeca.
Os familiares não sabem dizer se houve algum tipo de perseguição na época.
Polícia Militar afirma que equipe do 15º Batalhão (Duque de Caxias) Eu estava patrulhando a Rua Lauro Sodré, no auge da comunidade do Sapinho, quando tiros foram ouvidos. Segundo para PM, os agentes não atiraram.
Ainda segundo os moradores, foram os vizinhos que levaram as vítimas para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sarapuí.
“Posteriormente, o batalhão foi chamado para verificar a entrada de dois feridos na UPA Caxias II (Sarapuí). No local, constatou-se o fato e eram duas crianças”, diz a nota.
Nas redes sociais, a ONG Rio da Paz falou sobre a violência na cidade e a morte de meninas na Baixada Fluminense.
“Sempre que ocorrerem essas mortes, pensamos que tudo vai mudar, já que a face mais hedionda do crime no Rio é a morte por bala perdida desses meninos e meninas. No entanto, nada muda. As famílias permanecem desamparadas, a autoria dos assassinatos não é elucidada, os assassinos não são punidos e não ocorre transformação na política de segurança pública. Vale lembrar que quem morre é criança pobre. Aí está o motivo da indiferença do poder público ”, disse o presidente da ONG, Antonio Carlos Costa.
O Rio de Paz acompanha os casos de crianças mortas por armas de fogo desde 2007. A triste estatística, segundo a ONG, desde então contabiliza 79 crianças vítimas de violência no Rio, a maioria delas por balas perdidas. Com esses casos, só neste ano (2020), o número de crianças mortas por arma de fogo no estado do Rio de Janeiro sobe para 12 até este sábado (5), ou seja, uma por mês, segundo estatísticas da ONG Rio de Paz. Em 2019, sete crianças foram assassinadas. Entre janeiro de 2019 (início do então governo Wilson Witzel) até este sábado (12/05) 19 crianças foram mortas.