(Washington) Na noite de quarta-feira, membros eleitos da Câmara dos Representantes aprovaram um novo orçamento dos EUA que inclui um enorme envelope de quase US$ 14 bilhões para a crise na Ucrânia.
Atualizado ontem às 22h46.
O texto, que inclui um componente econômico e humanitário, mas também armas e munições, deve agora ser votado no Senado antes de ser aprovado por Joe Biden.
Esses fundos devem permitir que Kiev proteja sua rede elétrica, combata ataques cibernéticos e se equipe com armas defensivas. O pacote também inclui mais de US$ 2,6 bilhões em ajuda humanitária e mais de US$ 1 bilhão para apoiar refugiados que fogem da Ucrânia.
“Continuaremos a apoiar o bravo povo ucraniano que luta por sua pátria”, enfatizou Joe Biden no Twitter.
Esse envelope também inclui mais de US$ 6,5 bilhões para o Pentágono, que serão usados exclusivamente para o envio de tropas na região. O dinheiro também é destinado a financiar a resposta a Moscou, começando com sanções contra os oligarcas russos.
Anexado ao orçamento federal dos EUA para 2022 está o envelope da Ucrânia, que é de US$ 1,5 trilhão em gastos que os senadores, por sua vez, devem adotar nos próximos dias.
“tempo perigoso”
O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, pediu ao Congresso que avance “muito rapidamente” no dossiê. “Os ucranianos carecem de comida, roupas, abrigo, eletricidade e remédios”, disse ele.
Fato raro em um Congresso acostumado a divergências políticas: os democratas, assim como os republicanos, apoiam essas medidas. Muitos deles conversaram com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky no último fim de semana, após o qual autoridades eleitas pediram ao governo Biden que aumentasse sua ajuda a Kiev e fortalecesse sua resposta a Moscou.
O duro conservador Mitch McConnell enfatizou que “os Estados Unidos e seus parceiros estão passando por um período perigoso”, considerando este acordo “um passo crítico que nossa segurança nacional precisa”.
Dentro do grande orçamento federal dos EUA de US$ 1,5 trilhão, mais de US$ 15 bilhões também foram alocados para combater a pandemia. Mas esta seção teve que ser removida no último minuto do rascunho final devido a protestos de alguns democratas. Será votado em separado.
Ao mesmo tempo, representantes eleitos da Câmara dos Deputados votaram, quarta-feira, pela proibição da importação de energia russa, seguindo os passos do presidente dos EUA que anunciou a proibição dessas substâncias na terça-feira por decreto. Além de proibir tais importações, o projeto de lei do Congresso também exige que os Estados Unidos encorajem a suspensão da Rússia da Organização Mundial do Comércio.