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“A imposição de impostos aos ‘ultra-ricos’ é uma emergência e uma necessidade para os estados.”

“O Califa”: No Brasil, é assim que muitas pessoas chamam Fernando Haddad. Aos 61 anos, o ex-prefeito de São Paulo e ex-candidato de esquerda nas eleições presidenciais de 2018 é agora ministro da Fazenda. Ele é visto como o sucessor mais perigoso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. À frente da reunião dos ministros das Finanças do G20, que terá lugar de 25 a 26 de julho no Rio, ele apela veementemente a impostos mínimos sobre os “ultra-ricos” a nível internacional.

Acredita na possibilidade de chegar a um acordo no G20 para impor um imposto sobre os “ultra-ricos” e quais são as suas condições?

Esta questão tem grandes oportunidades de florescer, porque é ao mesmo tempo uma emergência e uma necessidade para os países. Isto incluiria tributar cerca de 3.000 indivíduos no planeta, que possuem cerca de 15 biliões de dólares. [près de 14 000 milliards d’euros] de riqueza e que na verdade pagam muito poucos impostos. A nossa ambição é conseguir tributar a riqueza com base no património. No entanto, continuamos cautelosos quanto ao mecanismo adequado a adotar e aos detalhes desta medida, que ainda estão em discussão no G20.

Contudo, a posição do Brasil vai além de simplesmente tributar os ricos. Propõe que o montante de dinheiro assim angariado não seja utilizado para fins internos de cada país, mas sim atribuído a um fundo internacional para resolver problemas globais, como a crise climática ou a luta contra a pobreza. É certamente uma ideia muito delicada e só poderá funcionar a longo prazo. Mas seria um avanço extraordinário a nível global!

Você obteve o apoio do ministro francês Bruno Le Maire e solicitou a expertise do economista francês Gabriel Zucman, na cúpula do G20 em 1qualquer Marte. O apoio de Paris é importante?

O apoio do Presidente Emmanuel Macron e do seu governo é muito importante. Mas a França não está sozinha no apoio à proposta brasileira. A Espanha também manifestou o seu apoio. Embora as discussões ainda sejam necessárias, Janet Yellen [secrétaire du Trésor des Etats-Unis] Ela disse que apoia impostos. Esta ideia ganhou força, atração e impulso, mesmo que os países do G20 ainda não se tenham pronunciado. Penso no Chanceler alemão Olaf Scholz, por exemplo, mas também nos países BRICS. [Brésil, Russie, Inde, Afrique du Sud et Chine]. Eu ficaria grato se visse um comunicado de imprensa da China ou da Índia para apoiar a nossa proposta…

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Opal Turner

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