Elon Musk disse que está “interessado em fornecer conectividade para aqueles que mais precisam no Brasil”. (Foto: 123RF)
Brasília anunciou nesta quarta-feira que o Brasil está em negociações com o chefe da empresa norte-americana SpaceX, Elon Musk, sobre o acesso à Internet via satélite na região amazônica e a detecção de desmatamentos ilegais.
O secretário de Comunicações, Fabio Faria, se encontrou com o bilionário norte-americano nesta segunda-feira, em Austin, no Texas, com o objetivo de formar uma parceria com a SpaceX que, por meio da Starlink, forneceria conectividade à Internet para escolas e centros de saúde em áreas isoladas.
O ministério explicou que a SpaceX também permitirá, graças aos seus satélites, detectar o desmatamento ilegal na maior floresta tropical do mundo.
“Discutimos questões ambientais e conectamos pessoas em escolas rurais no Brasil”, disse o ministro em um vídeo postado no Twitter após o encontro. “Estou animado com a parceria com a Starlink e a SpaceX.”
Elon Musk disse: “Estou impaciente para chegar aos mais desfavorecidos do Brasil” e ajudar “a garantir a preservação da floresta amazônica”, o que é essencial para o equilíbrio do clima.
Um porta-voz do ministério brasileiro disse à AFP que o encontro representou uma “primeira abordagem” e que não havia data marcada para a assinatura de um acordo.
Starlink usa uma “constelação” de mais de 1.500 satélites em órbita baixa da Terra para fornecer internet para a maioria das regiões do planeta, especialmente a região amazônica, 60% da qual está localizada no Brasil.
Neste país de proporções continentais, cerca de 40 milhões de pessoas ainda não têm acesso à Internet, ou 19% da população.
Faria disse que o acordo deve permitir o acesso à internet para todas as escolas rurais do Brasil, bem como para reservas indígenas e outras áreas isoladas.
O encontro ocorreu quando o Brasil se diz pronto para combater o desmatamento na região amazônica, cuja destruição acelerada desde a posse de Jair Bolsonaro, em janeiro de 2019, tem gerado muitas críticas.
Até o governo de Bolsonaro anunciou à margem da COP26 que anteciparia de 2030 para 2028 o prazo para eliminar o desmatamento ilegal.
Mas desde 2019 e a ascensão do presidente de extrema direita ao poder, o desmatamento na Amazônia brasileira atingiu 10.000 quilômetros quadrados anuais, em comparação com uma média de 6.500 quilômetros quadrados anuais na década anterior, de acordo com dados oficiais de satélite.