Com apenas 17 anos, já foi comparado a Neymar e Pelé, mas Endrick, anunciado como a nova pepita do futebol brasileiro, pretende manter a cabeça fria.
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O jogador de futebol brasileiro Endrick durante a partida do campeonato brasileiro entre seu clube Palmeiras e Cruzeiro no estádio Minerão, em Belo Horizonte, no dia 6 de dezembro. |
Foto: AFP/VNA/CVN |
“Sei bem que ninguém pode se aproximar do pedestal de Pelé. Ele é o rei do futebol“, diz o jovem atacante que ajudou o clube paulista Palmeiras a conquistar o segundo título consecutivo do Campeonato Brasileiro e vai ingressar no Real Madrid no verão de 2024, numa transferência estimada em 60 milhões de euros, sem bônus.
“Eu só quero ser Endrick. Eu quero mostrar a eles quem é Endrick“, sublinha durante entrevista à AFP por ocasião da apresentação de um novo patrocinador em São Paulo.
Atarracado, rápido, técnico e engenhoso com a bola, já recebeu muitos elogios desde sua estreia profissional, aos 16 anos.
O jogador de futebol brasileiro Endrick durante coletiva de imprensa em São Paulo, no dia 8 de dezembro. Foto: AFP/VNA/CVN |
Em novembro, aos 17 anos e três meses, ele foi o jogador mais jovem a ser convocado para a seleção desde Ronaldo em 1994, enquanto a Seleção, cinco vezes vitoriosa na Copa do Auriverde, tem atualmente apenas 6 anos.e classificou-se no grupo de qualificação para a edição de 2026 depois de ser derrotado três vezes consecutivas, incluindo uma derrota em casa contra a histórica rival Argentina no mês passado.
Os torcedores gostariam que o técnico interino Fernando Diniz o iniciasse com o número 9 que usa no Palmeiras e que já foi de craques como Ronaldo e Tostão.
“Muitos jogadores querem ser o número 9 da seleção nacional. Eu não me importo com isso, eu só quero estar lá e brincar“, declara o jovem jogador.
“Pequena chave”
Mas será que ele corresponderá às esperanças depositadas nele pelo Real Madrid quando ingressar no clube espanhol?
Endrick já sabe jogar com pressão. Depois de se destacar na estreia em 2022 ao marcar três gols que ajudaram o Palmeiras a conquistar o título, disputou sua primeira temporada completa em 2023.
O jogador de futebol brasileiro Endrick comemora o título do Campeonato Brasileiro conquistado pelo Palmeiras, em Belo Horizonte, no dia 6 de dezembro. |
Foto: AFP/VNA/CVN |
Depois de um início difícil que o viu marcar apenas quatro gols nas primeiras 19 partidas, ele chegou a chorar em campo, frustrado pela falta de sucesso.
“Foi um início de temporada bastante instável“, ele admite.”Mas mudei a chavinha na minha cabeça e percebi que estava feliz. Ajudei meu time a conquistar o título e acho que vou ajudá-los ainda mais no próximo ano” antes de ingressar no Real.
Esse “chave pequena“o que ele teve que mudar foi não ler mais o que as pessoas escreviam sobre ele nas redes sociais e passar a se cercar de familiares e amigos. Ele também aumentou sua preparação física além dos treinos e aprendeu inglês e espanhol fazendo aulas.
Esses esforços valeram a pena na segunda metade da temporada, com o Palmeiras ultrapassando o líder Botafogo e conquistando o título em uma emocionante corrida final.
Endrick marcou seis gols nos últimos dez jogos, incluindo dois gols contra o Botafogo e aquele que permitiu ao Palmeiras conquistar o título na última quarta-feira.
“Disseram que eu era o herói, mas acho que não. Toda a equipe estava. Estou muito feliz por ter ajudado o clube que amo“, resumiu o taguatinga.
O pequeno atacante canhoto tenta não pensar muito na chegada ao Real com os pais e o irmão para não “ficar ansioso“, confidencia, ele que conhece bem os insultos racistas de que o seu compatriota e futuro companheiro de equipa Vinicius Junior é por vezes vítima por parte do público espanhol.
Endrick diz que já encontrou racismo no Brasil. “Não me deixei intimidar e mantive meu nível de jogo“, ele enfatiza.”Só quero fazer o que me deixa mais feliz: jogar futebol“.
AFP/VNA/CVN