RIO DE JANEIRO (awp/afp) – A taxa de desemprego no Brasil caiu abaixo de 10% pela primeira vez desde janeiro de 2016, para 9,8% no período de março a maio, segundo dados oficiais divulgados nesta quinta-feira.
Essa taxa, calculada em trimestres consecutivos, novamente diminuiu significativamente, em 1,4 ponto em relação aos três meses anteriores (11,2% em dezembro-fevereiro).
O número divulgado pelo instituto de estatísticas do IBGE é melhor do que as previsões de especialistas consultados pelo jornal Valor, que esperavam 10,2%.
A taxa caiu acentuadamente em relação ao mesmo trimestre do ano passado, quando atingiu 14,7%. O Covid-19 ainda estava causando estragos no país.
“Graças à melhora da situação epidêmica, com o avanço da vacinação e a flexibilização das medidas de restrição, (empresas que prestam) atendimentos presenciais, que foram severamente afetados, começaram a se recuperar. A ladeira”, explica Adriana Berengoy, do Instituto Internacional de Qualidade na Índia, em um comunicado de imprensa.
Apesar dessa melhora, o maior país da América Latina ainda tem 10,6 milhões de desempregados.
Os rendimentos médios dos trabalhadores também caíram, caindo 7,2% em relação ao mesmo período de 2021, enquanto a inflação foi de 11,7% em maio em relação ao ano anterior.
O número de pessoas empregadas na economia informal, muitas vezes sem contrato e em condições precárias, manteve-se muito elevada, situando-se em 39,1 milhões no trimestre em análise, ou 40,1% da população activa.
Mesmo que a situação econômica do país continue preocupante, a queda do desemprego é uma boa notícia para o presidente Jair Bolsonaro, que está em desvantagem nas pesquisas de opinião três meses antes da eleição presidencial.
O chefe de Estado comemorou no Twitter que “277 mil empregos foram criados em maio” e a taxa de desemprego caiu para um dígito pela primeira vez em seis anos.
Na última pesquisa de referência do Datafolha, divulgada na semana passada, o ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva tinha 47% das intenções de voto no primeiro turno de outubro, ante 28% de Jair Bolsonaro.
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