TEM através de experiências diplomáticas com Donald Trump nos Estados Unidos e Jair Bolsonaro no Brasil, a União Europeia (UE) parecia ter forjado uma forma de doutrina que consistia em não assinar acordos comerciais com países que atropelassem os seus compromissos climáticos. Recusar a concessão de novas preferências comerciais àqueles que se recusam a implementar o Acordo de Paris parecia ser essencial para alinhar a política comercial com a política climática.
Tudo, portanto, sugeria que a eleição de um presidente de extrema direita e cético em relação ao clima na Argentina, Javier Milei, a favor da saída do seu país do Mercosul [communauté économique de pays regroupant l’Argentine, le Brésil, le Paraguay, l’Uruguay et le Venezuela], bloquearia instantaneamente as discussões para a finalização do acordo comercial entre a UE e os países do Mercosul. Em discussão desde 2019, este acordo já é amplamente criticado devido aos impactos ambientais previstos.
Isso sem levar em conta a determinação das presidências espanhola da UE e brasileira do Mercosul, que pretendiam alcançar o sucesso até o final de 2023. O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, não esperou para parabenizar o novo presidente argentino em um Comunicado de imprensa: “O novo governo argentino, que toma posse num contexto económico difícil, pode contar com a UE para reforçar ainda mais a nossa parceria para alcançar resultados positivos para as nossas sociedades, nomeadamente através da finalização das negociações sobre o acordo de associação UE-Mercosul o mais rapidamente possível. »
Segundo um porta-voz europeu, contactado pelos meios de comunicação online Contexto, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente brasileiro, Lula, teriam concordado, no dia seguinte à eleição da Argentina, em não mudar seus planos e em se reunir em Dubai durante a COP28. Pior ainda, a vitória de Javier Milei poderá até acelerar a conclusão das negociações.
Não podemos acreditar que a UE possa espezinhar os seus próprios valores desta forma poucos meses antes das eleições europeias. Pascal Canfin, presidente da comissão ambiental do Parlamento Europeu, indicou que para os eurodeputados franceses do grupo Renascença era impossível concluir um acordo com Milei. Hoje, palavras fortes devem ser ouvidas da França, ao mais alto nível, para evitar induzir o governo brasileiro em falsas esperanças. Esta clareza é ainda mais essencial porque os Estados-membros europeus parecem mais divididos do que nunca: a Áustria, a Bélgica, os Países Baixos e a França não parecem capazes de dar luz verde a tal acordo.
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