Anão do futebol, gigante do futsal, paradoxo do Cazaquistão

Anão do futebol, gigante do futsal, paradoxo do Cazaquistão

A seleção francesa de futebol será a favorita no domingo, no Cazaquistão, para sua segunda partida de qualificação para a Copa do Mundo de 2022. No futsal, a história poderia ter sido diferente.

O investimento privado e a entrada de jogadores brasileiros possibilitaram que essa disciplina, comum em toda a ex-União Soviética, criasse um terreno particularmente favorável neste país da Ásia Central.

“É um dos países líderes, ocupa o sétimo lugar no mundo”, 16 lugares à frente da França, e no futuro “eles podem ser campeões europeus ou até campeões mundiais”, explica Pierre Jackie, técnico do futsal blues.

Seu melhor clube, o Karat Almaty, conquistou duas vezes a Liga dos Campeões e conquistou a Copa Intercontinental em 2014 … resultados incomparáveis ​​com o “grande futebol”, seu título na região, que coloca o Cazaquistão em 122º lugar na FIFA.

No futsal, a escolha do Cazaquistão nem sempre brilhou. A primeira Copa do Mundo começou em 2000 na Guatemala, com um tapa de 12-1 contra o atual campeão brasileiro e terminou sem vitória.

Ermek Tursunov lembra especialmente a interferência de políticos, em particular do presidente da Associação de Futebol Rakhat Aliyev, então genro do chefe de Estado Nursultan Nazarbayev.

“Eles mudaram a equipe, nos obrigaram a pegar alguns jogadores e deixar outros em casa. Fomos para a Copa do Mundo com um time que mal jogava junto”, disse o ex-cineasta de 59 anos à AFP.

O reinado de união de Aliyev chegou ao fim no final dos anos 2000, quando um conflito com seu padrasto o forçou ao exílio. Depois de ser acusado de homicídio pelas autoridades cazaques, suicidou-se em 2015 numa prisão austríaca onde aguardava a sua extradição.

– Obrigado Brasil –

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Foi o estado que acabou infligindo a humilhação ao Cazaquistão, o que permitiu seu progresso.

O técnico do Cazaquistão, Paulo Ricardo Kaká, é um brasileiro como seu antecessor, Cocoa. Fazem parte do time grande parte dos brasileiros naturalizados, inclusive alguns superstars.

Leo Higuita, que é conhecido por seu chute e foi eleito o Melhor Goleiro do Ano três vezes no Futsal Awards, e o atacante Douglas Jr. são, basicamente, “referências, dois grandes homens do futsal”, confirma o goleiro Jamal Haroun e capitão da equipe. O Futsal Blues.

Ambos chegaram ao Cazaquistão graças a Kairat Orazbekov, o rico empresário que fundou a AFC Kairat em Almaty, a maior cidade do país, e envia regularmente seus recrutas à América do Sul para encontrar pepitas.

“Cuidamos dos nossos talentos brasileiros aqui em Almaty. No Brasil, ninguém os conhecia e agora o mundo inteiro os conhece”, disse à AFP.

Sua integração e treinamento inovador – Orazbekov afirma ter sido o primeiro a trazer o goleiro para o futsal – gerou “um crescimento muito forte” para os jogadores locais, disse ele.

Harun admite: “Mesmo que usassem a naturalização para chegar ao centro das atenções e ganhar títulos, permitiram que muitos cazaques passassem de nível e treinassem no futsal”.

– Futuro promissor –

Como resultado, o Fatal AFC tornou-se um dos melhores jogadores do Barcelona, ​​já que os cazaques o derrotaram várias vezes. A última vez foi em 2019 nas semifinais da Liga dos Campeões na Arena Almaty, diante de 12 mil torcedores.

Mais co-jogador e capitão de eleição, Dinmoukhambet Souleïmenov assistiu a quase todos os episódios notáveis ​​do futsal nacional.

O ponto de viragem foi a vitória de 2015 sobre os gigantes portugueses em jogo de qualificação para o Mundial de 2016, afirma o actual treinador do FC Caspi, do Oeste do país. “Sentimos este tipo de força acumulada: agora podemos fazê-lo”, recorda o ex-jogador de 39 anos.

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O futuro parece brilhante, e a cultura do futsal parece ter se apoderado de um país onde a maioria das escolas agora possuem suas terras, segundo Kerat Orazbekov.

O futebol não pode dizer o mesmo. Se a seleção for com a Astana Arena – onde a seleção francesa vai jogar no domingo – vai ser um lugar muito bonito, falta infraestrutura.

“Se a Eslováquia tem 1.200 estádios e a Bélgica o triplo, temos 50 no máximo. Não se pode boxear sem anel, não se pode jogar futebol sem estádios”, lamenta o empresário.

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