Categories: Economy

“As molas da crise democrática francesa são semelhantes às que emanam dos países africanos.”

Para não perder nenhuma notícia africana, Assinatura de Newsletter “O Mundo da África” a partir deste link. Todos os sábados, às 6h, encontre uma semana de notícias e discussões cobertas pela redação do “O Mundo da África”.

A euforia que acompanhou as transições democráticas na África acabou. A má governança, as crises econômicas e os golpes militares e constitucionais minaram as frágeis estruturas políticas que surgiram há trinta anos na esteira das Conferências Nacionais. No continente, bem como no Ocidente, o populismo prospera.

Mas, confirma Francis Lalobo, jornalista beninense, professor e autor de Azuis Democráticos, África 1990-2020 (editor de Karthala), Este mal-estar também é alimentado por crises que afetam as velhas democracias. Este fenômeno está se tornando cada vez mais importante, pois os regimes autoritários russo e chinês também exportaram seu modelo político em seus intercâmbios com a África.

Pela terceira vez em vinte anos, a extrema-direita se encontra no segundo turno das eleições presidenciais da França. Como esse aumento de poder é visto na África francófona?

Francisco Lalobo As democracias africanas emergentes não podem deixar de ver a fragilidade das velhas democracias. A tomada do Capitólio por partidários de Donald Trump foi um bom exemplo. Ter Marine Le Pen no segundo turno é outra coisa. Mas, se o processo nunca for concluído, a democracia mostrou que também é um sistema que pode superar as dificuldades. Nos Estados Unidos, como na Europa, resistiu ao ataque dos partidos de extrema-direita. As pessoas continuam a votar mesmo que a força das abstenções continue.

Leia também: O voto de extrema-direita da França em 2022

No entanto, esse surto populista que varre o globo, dos Estados Unidos ao Brasil, passando pela Europa, também ressoa na África. Estamos preocupados com o fato de expatriados serem confrontados com retórica racista, em particular na França. Mas há também, no continente, um vago fascínio pela retórica de extrema-direita que tende a reforçar o populismo emergente. Podemos dizer que, como os franceses se defendem contra países estrangeiros, nós africanos também temos o direito de fazê-lo, especialmente contra a França. Entramos no ciclo do jogo. O auto-isolamento promovido pelos líbios e zemoritas legitima a posição nacionalista das atuais autoridades financeiras e sua retórica antifrancesa.

Como se organizou o populismo emergente na África francófona?

Você tem 75,53% deste artigo para ler. O seguinte é apenas para assinantes.

Share
Published by
Opal Turner

Recent Posts

Brasil abre o baile para as crianças

Criar uma conta Habilite o JavaScript no seu navegador para acessar o cadastro em…

2 semanas ago

Escolhendo o relé térmico certo para a proteção ideal do motor

Os motores elétricos servem como a espinha dorsal das operações industriais, impulsionando uma infinidade de…

4 semanas ago

“Nenhum filme sozinho pode proteger os povos indígenas”

René Nader Misura e João Salaviza retratam incansavelmente a resistência Krahu no Nordeste do Brasil.…

1 mês ago

Usando excitações atômicas para medir a rotação do espaço-tempo

A taxa de excitação de átomos sob diferentes valores de ohm. Fonte: Arksif (2024). doi:…

2 meses ago

Samsung Electronics anuncia SDC24, marcando uma década de inovação aberta e destacando inovações em IA

Desenvolvedores, parceiros e clientes estão convidados a participar da Samsung Developer Conference 2024 pessoalmente ou…

2 meses ago

Kamala Harris na CNN: Entre a cautela e a admissão de fraqueza

essa noite, Kamala Harris finalmente dá sua primeira entrevista com Dana Bash na CNN. Mas…

2 meses ago