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A euforia que acompanhou as transições democráticas na África acabou. A má governança, as crises econômicas e os golpes militares e constitucionais minaram as frágeis estruturas políticas que surgiram há trinta anos na esteira das Conferências Nacionais. No continente, bem como no Ocidente, o populismo prospera.
Mas, confirma Francis Lalobo, jornalista beninense, professor e autor de Azuis Democráticos, África 1990-2020 (editor de Karthala), Este mal-estar também é alimentado por crises que afetam as velhas democracias. Este fenômeno está se tornando cada vez mais importante, pois os regimes autoritários russo e chinês também exportaram seu modelo político em seus intercâmbios com a África.
Francisco Lalobo As democracias africanas emergentes não podem deixar de ver a fragilidade das velhas democracias. A tomada do Capitólio por partidários de Donald Trump foi um bom exemplo. Ter Marine Le Pen no segundo turno é outra coisa. Mas, se o processo nunca for concluído, a democracia mostrou que também é um sistema que pode superar as dificuldades. Nos Estados Unidos, como na Europa, resistiu ao ataque dos partidos de extrema-direita. As pessoas continuam a votar mesmo que a força das abstenções continue.
No entanto, esse surto populista que varre o globo, dos Estados Unidos ao Brasil, passando pela Europa, também ressoa na África. Estamos preocupados com o fato de expatriados serem confrontados com retórica racista, em particular na França. Mas há também, no continente, um vago fascínio pela retórica de extrema-direita que tende a reforçar o populismo emergente. Podemos dizer que, como os franceses se defendem contra países estrangeiros, nós africanos também temos o direito de fazê-lo, especialmente contra a França. Entramos no ciclo do jogo. O auto-isolamento promovido pelos líbios e zemoritas legitima a posição nacionalista das atuais autoridades financeiras e sua retórica antifrancesa.
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Publicado em 30 de abril de 2024 às 17h52 / Modificado em 30 de abril…
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