Ao descobrir as fotos do encontro dos dois presidentes em plena Amazônia, a mídia brasileira falou em“uma cerimônia de noivado” : O grande amor! Abraços (“abraços”), de mãos dadas, sorrisos e risadas… Esse relaxamento tátil bem brasileiro pode ter surpreendido, até chocado, na França, mas aqui adoramos nos tocar para demonstrar nossa empatia, nossa amizade. O Presidente Macron compreendeu rapidamente isto e adoptou esta forma de fazer as coisas. Para manter o tom brasileiro, organizamos até uma cerimônia de premiação da Legião de Honra para o famoso cacique Raoni no meio de sua floresta amazônica. O inusitado não surpreende ninguém aqui.
Longe de se ofender com o registo romântico, o Presidente Macron rebate-o ao mencionar “um casamento” e conclui: “A França ama o Brasil e o Brasil ama a França” !
Pode-se objetar que a encenação é exagerada. Eu não acredito. Em primeiro lugar, esta cordialidade está, de facto, no estilo habitual de Lula, ao qual Emmanuel Macron aderiu naturalmente. Depois, porque o clima deste encontro reflete a face da relação tradicional França-Brasil: amigável, descontraída, aberta, cúmplice, empática… Podemos ter diferenças políticas, conflitos econômicos: vamos discuti-los para resolvê-los juntos, mas não vamos ficar com raiva! Continuamos amigos e, aliás, sintonizados com alguns valores básicos, como a democracia. Como pessoas normais.
Ainda assim, a amizade entre os dois países não pode basear-se apenas nas boas relações entre os seus líderes, que são apenas de passagem. Estes últimos podem apenas contribuir para isso e ser seus símbolos. Esta amizade é fruto da história e dos milhares de relações pessoais que se estabeleceram ao longo do tempo entre os dois povos e, em particular, as suas elites. É claro que as afinidades culturais, comportamentais, linguísticas e religiosas desempenham um papel e podem aproximar certas pessoas mais facilmente. Mas a amizade deve ser cultivada, mantida e renovada.
Observo, por exemplo, que toda uma geração de brasileiros que estudou na França nas décadas de 1970 e 1980, francófonos e francófilos, começa a sair de cena, enquanto muitos deles ocupavam posições expostas, na mídia, na política, medicina, justiça ou artes. Em vez disso, as novas gerações recorreram a outros países, especialmente aos Estados Unidos. Sonham mais com Miami do que com Paris!
Os presidentes decidiram, portanto, relançar a dinâmica de cooperação, que tem estado suspensa ultimamente, exceto no domínio económico: mais intercâmbios científicos e artísticos, muito mais estudantes brasileiros em França… Estamos também a considerar repetir temporadas interculturais, que sempre funcionaram bem no passado. Um ponto me chamou a atenção: em vez de apenas relançar o ensino de francês no Brasil – que está se desgastando lentamente – estamos falando agora do desenvolvimento do bilinguismo. Perfeito ! Numa amizade verdadeira, todos falam a língua do outro.
Em suma, não podemos nos contentar com uma grande declaração de amor, por mais bonita que seja: teremos que dar provas concretas de amor!
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