Bolsonaro em tumulto por “tentativa de golpe de Estado”

Bolsonaro em tumulto por “tentativa de golpe de Estado”

O ex-presidente Jair Bolsonaro está proibido de sair do território brasileiro após ser alvo de uma operação policial na quinta-feira, 8 de fevereiro, no âmbito de uma investigação sobre um “tentativa de golpe” culminando nos tumultos de 8 de janeiro de 2023 em Brasília.

Esta operação em grande escala, que também tem como alvo antigos ministros, generais e colaboradores próximos de Jair Bolsonaro, reforça ainda mais o controlo judicial sobre o antigo líder da extrema-direita (2019-2022). rodeado de negócios desde que deixou o poder.

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“Em respeito às decisões tomadas hoje”o ex-presidente vai “entregue seu passaporte às autoridades”escreveu um de seus advogados, Fabio Wajngarten, no X. Jair Bolsonaro foi atingido por um “proibição de sair do país”, de acordo com a decisão do Supremo Tribunal que autorizou a operação policial de quinta-feira. O interessado denunciou “perseguição implacável”.

A Polícia Federal anunciou em nota à imprensa que realizou 33 buscas e quatro mandados de prisão, como parte de uma investigação sobre “uma organização criminosa que participou de uma tentativa de golpe de Estado (…) obter vantagens políticas com a manutenção do presidente da época no poder”.

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O presidente em questão é Jair Bolsonaro, derrotado em outubro de 2022 na tentativa de reeleição contra Luiz Inácio Lula da Silva. Uma semana após a posse de Lula, em 8 de janeiro de 2023, Milhares de bolsonaristas saquearam lugares de poder em Brasília, apelando à intervenção militar para desalojar o recém-eleito presidente de esquerda. Motins que lembram o ataque ao Capitólio em Washington por apoiadores de Donald Trump dois anos antes.

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“Não estou pronto para deixar o poder”

“Já se passou mais de um ano desde que governei e continuo sofrendo perseguição implacável”declarou Jair Bolsonaro quinta-feira a um jornalista do diário Folha de S.Paulo. “Esqueça-me, há outra pessoa que governa o país”ele adicionou.

Seu sucessor respondeu remotamente: “O fato é que houve uma tentativa de golpe (…) o que não poderia ter acontecido sem Bolsonaro”Lula disse quinta-feira à rádio local Itatiaia. “Ele não estava pronto para deixar o poder, não teve coragem de me passar a faixa presidencial, saiu chorando pelos Estados Unidos porque tinha que participar da construção desta tentativa de golpe de Estado»ele insistiu, enquanto pedia respeito por ” presunção de inocência “.

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Três pessoas foram detidas quinta-feira, segundo a imprensa brasileira: Filipe Martins, antigo assessor de Jair Bolsonaro em política externa, bem como dois militares.

Além disso, quatro generais foram alvo das buscas, incluindo dois ex-ministros da Defesa do governo Bolsonaro. Um deles, Walter Braga Netto, foi seu candidato à vice-presidência nas eleições de 2022. O outro, Paulo Sergio Nogueira, foi comandante-em-chefe do Exército antes de se tornar ministro.

Outra personalidade de destaque alvo da operação: o influente general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional e considerado uma das eminências cinzentas de Jair Bolsonaro.

“Notícias falsas”

A Polícia Federal fala em tentativa de “divulgar suspeitas de fraude nas eleições presidenciais de 2022 antes mesmo da votação, para legitimar a intervenção militar”.

O plano consistiria inicialmente em “a disseminação de informações falsas sobre as fragilidades do sistema de votação eletrónica”. A polícia então menciona “a prática de atos para abolir o Estado Democrático de Direito através de um golpe de Estado, com o apoio dos militares”.

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Os investigadores mencionam em particular o plano de detenção Ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, a ruína do clã Bolsonaro, porque havia ordenado a abertura de inúmeras investigações contra o ex-presidente. Ele também é titular do Tribunal Superior Eleitoral, que condenou o ex-presidente a oito anos de inelegibilidade em junho, por divulgar informações falsas sobre o sistema de votação eletrônica.

Na semana passada, um dos filhos de Bolsonaro, Carlos, foi alvo de outra operação policial, no âmbito de uma investigação sobre espionagem ilegal durante a presidência do seu pai.

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