Brasil: a descoberta de um tesouro de 9 mil anos pode reescrever a história da colonização do país

Brasil: a descoberta de um tesouro de 9 mil anos pode reescrever a história da colonização do país

Os trabalhadores acabavam de atacar um canteiro de obras no Nordeste do Brasil quando se depararam com um osso. Ossos mais precisamente, e humanos, com cacos de cerâmica. Eles não haviam chegado ao fim de suas surpresas.

As escavações no local, na cidade costeira de São Luís, rapidamente revelaram milhares de objetos antigos que poderiam datar de até 9 mil anos atrás. Um tesouro que, segundo os arqueólogos, poderia reescrever a história da colonização humana no Brasil.

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43 esqueletos e 100.000 objetos identificados

O arqueólogo que lidera a escavação, Wellington Lage, admite que não tinha ideia do que o esperava quando a gigante da construção brasileira MRV convocou sua empresa, W Lage Arqueologia, em 2019 para realizar um estudo no local, um procedimento clássico antes da construção de moradias. Coberto por vegetação tropical e delimitado pela malha urbana em constante expansão de São Luís, capital do estado do Maranhão, o terreno se estende por seis hectares.

Durante a sua pesquisa, Lage descobriu que descobertas intrigantes tinham sido feitas lá já na década de 1970, incluindo um pedaço de mandíbula humana em 1991. A sua equipa rapidamente encontrou muito mais: quantidades de ferramentas de pedra, cerâmica e fragmentos de ossos.

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Em quatro anos de escavações, foram desenterrados quarenta e três esqueletos humanos e mais de 100 mil objetos antigos, segundo o Instituto Brasileiro de História e Patrimônio Artístico (Iphan), que anunciou há pouco essa “grandiosa” descoberta. Alguns dias.

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“Isso pode mudar completamente a história do Brasil”

Os pesquisadores vão agora inventariar os objetos, analisá-los detalhadamente, antes de exibi-los e publicar suas descobertas. “Estamos trabalhando há quatro anos e mal arranhamos a superfície”insiste Lage, paulista de 70 anos, cuja esposa e dois filhos também são arqueólogos.

As primeiras descobertas já chamam a atenção da comunidade científica. Lage explica que a sua equipa – agora com vinte e sete membros, incluindo arqueólogos, químicos, um historiador e um documentarista – catalogou quatro épocas diferentes no local.

A camada superior foi deixada pelo povo Tupinambá, que vivia na região quando os colonizadores europeus fundaram São Luís em 1612.

Em seguida vem uma camada de objetos antigos típicos dos povos da floresta amazônica, seguida de um “sambaqui”: uma pilha de cerâmica, cacos e ossos usados ​​por certas comunidades indígenas para construir suas casas ou enterrar seus mortos.

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Ainda abaixo, com cerca de dois metros de profundidade, há outra camada, deixada por um grupo que fez cerâmica rudimentar e viveu lá há cerca de 8 mil a 9 mil anos. É muito mais antigo que o “pré-sambaqui” mais antigo encontrado até agora na região, que data de cerca de 6,6 mil anos, ressalta Lage. Para ele, “isso pode mudar completamente a história não só da região, mas de todo o Brasil”.

Evidências de assentamentos humanos nas Américas

Os cientistas há muito debatem a questão de quando e como os primeiros humanos chegaram às Américas vindos da Ásia. As descobertas deste especialista sugerem que eles se estabeleceram nesta região do atual Brasil pelo menos 1.400 anos antes do que parecia estabelecido.

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Os arqueólogos estão planejando novas análises para datar os objetos com mais precisão. O site já representa “um marco na pré-história brasileira”, detalhou o Iphan em comunicado à imprensa. Para esta organização, “é um testemunho da longa história da colonização humana” Na região, “revelando um passado anterior” às vezes já documentado.

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O arqueólogo Arkley Bandeira, da Universidade Federal do Maranhão, que está construindo um laboratório e museu para abrigar esse tesouro com financiamento do grupo MRV, destaca ainda que o local poderá fornecer informações valiosas sobre a cultura e a história de povos antigos há tanto tempo submersos . Segundo ele, essas descobertas “desempenham um papel crucial ao contar a história da nossa longa história”.

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