O Brasil há muito é um país onde grande riqueza beira a pobreza extrema. Mas a pobreza piorou drasticamente nos últimos dois anos. Um terço da população (ou cerca de 70 milhões de pessoas) está hoje abaixo da linha de pobreza muito baixa (1,63 euros por dia), ou cerca de nove milhões a mais em dois anos. Dezenove milhões de pessoas sofrem de desnutrição. A inflação torna cada vez mais difícil o acesso aos alimentos básicos. O desemprego atinge 36% das categorias desfavorecidas. O número de moradores de rua está explodindo nas grandes cidades. Perante esta terrível situação, o Bolsonaro não encontrou nada melhor do que reduzir a assistência social que caiu de 180 euros por mês em 2020 para 60 euros hoje.
O Covid, que matou 600 mil pessoas segundo dados oficiais, sem dúvida subestimado, é um dos elementos desse mergulho na miséria. Mas a política de Estado que favorece os trustes agroalimentares e as exportações também contribui muito. Somente a mobilização das classes trabalhadoras poderia forçar a rica burguesia brasileira a se preocupar com o destino da população.
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