Enquanto o Supremo Tribunal dos Estados Unidos ouve os argumentos de ambos os partidos para determinar se Donald Trump deve ser declarado inelegível antes das eleições presidenciais, o seu sósia brasileiro, Jair Bolsonaro, também está em alerta. A polícia brasileira prendeu na quinta-feira alguns de seus aliados políticos, incluindo seu ex-companheiro de chapa Walter Braga Netto, como parte de uma investigação sobre tentativa de golpe de Estado, segundo informações da Associated Press. Segundo nota da polícia, eles teriam se preparado para contestar o resultado das eleições de 2022 “para permitir e legitimar a intervenção militar”, e manter Jair Bolsonaro no poder.
O ex-presidente brasileiro não é alvo direto da investigação, mas teve de confiar o seu passaporte à polícia. Assim como Donald Trump, ele sempre se recusou a admitir sua derrota contra o atual presidente Lula e questionou o sistema de votação eletrônica brasileiro.
“Abuso de poder”. No dia 8 de janeiro de 2023, seus apoiadores entraram à força em vários prédios do governo em Brasília. Um acontecimento semelhante ao assalto ao Capitólio dos EUA, pelo qual Donald Trump é alvo de dois julgamentos. “É um facto concreto que houve uma tentativa de golpe de Estado, […] que houve uma tentativa de destruir algo que construímos há tantos anos, nomeadamente o processo democrático”, disse o presidente Lula à rádio brasileira na terça-feira.
Enquanto o ex-presidente norte-americano corre o risco de ser declarado inelegível para as eleições presidenciais de novembro próximo, Jair Bolsonaro já sofreu as consequências dos seus atos. Em junho de 2023, foi condenado a oito anos de inelegibilidade pelo Tribunal Supremo Eleitoral do Brasil por “abuso de poder” e por espalhar desinformação sobre o sistema eleitoral. Ele, portanto, não deverá poder concorrer novamente nas eleições presidenciais de 2026.