Brasília (awp/afp) – O Banco Central do Brasil reduziu nesta quarta-feira sua taxa básica em 0,5 ponto, para 11,25%, levando-a ao nível mais baixo em dois anos graças à inflação controlada na maior economia da América Latina.
Pela quinta queda consecutiva, a decisão, em linha com as expectativas dos analistas, foi tomada por unanimidade pelos membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do banco, após a primeira reunião do ano.
Essa taxa de juros, chamada Selic, foi reduzida pela primeira vez em três anos em agosto passado, quando ficou em 13,75%.
As sucessivas quedas fizeram com que atingisse na quarta-feira o nível mais baixo desde março de 2022 (10,75%).
Esta comissão indicou em comunicado que está a ponderar fazer reduções “da mesma magnitude (-0,5 pontos) nas suas próximas reuniões”. A próxima acontecerá em março.
O Copom ressalta, porém, que a desaceleração da inflação “tende a ser mais lenta”, num “contexto global difícil”, que exige “confiança e moderação” na condução da política monetária.
A Selic chegou ao mínimo histórico de 2% em 2021, para estimular o consumo durante a pandemia de Covid-19, mas depois foi elevada 12 vezes consecutivas, para tentar conter a inflação galopante da época.
Mas a subida dos preços tem sido contida desde então, com a inflação a terminar 2023 nos 4,62%, dentro do intervalo pretendido pelo Banco Central (entre 1,75% e 4,75%).
Desde o seu regresso ao poder, há um ano, o presidente de esquerda, Luiz Inácio Lula da Silva, tem defendido veementemente uma redução da Selic, acreditando que esta taxa de juro – uma das mais altas do mundo – prejudicava o crescimento.
Ele travou um longo impasse com o presidente do Banco Central, antes de ver o Copom finalmente iniciar um ciclo de redução da taxa básica em agosto.
Esta redução é mais uma boa notícia para Lula, que se soma à nova queda do desemprego anunciada na quarta-feira: 7,4% em relação a outubro-dezembro, a menor desde janeiro de 2015.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu terça-feira em alta a sua previsão de crescimento (+0,2 pontos) este ano, para 1,7%.
Analistas e outras instituições financeiras consultadas pela pesquisa Focus semanal do Banco Central esperam que a inflação fique em 3,86% em 2024, o que permaneceria dentro da nova faixa almejada pelo Banco Central (1,5% a 4,5%). %).
Nos Estados Unidos, o corte das taxas ainda não começou. O banco central americano (Fed), como esperado, manteve na quarta-feira a sua principal taxa no intervalo de 5,25 a 5,50% em que se encontra desde julho.
Jerome Powell, o chefe do Fed, reconheceu que o ciclo de aumentos das taxas “provavelmente atingiu o seu pico”, mas descartou claramente a probabilidade de um corte nas taxas já em março.
afp/rp
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