O presidente brasileiro Jair Bolsonaro não compareceu à polícia na sexta-feira, que foi ordenada por um juiz do Supremo Tribunal a comparecer como parte de uma investigação sobre seu ataque ao sistema de votação eletrônica.
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Ao fazê-lo, o chefe de Estado, que aguardava imediatamente dezenas de jornalistas, abriu uma nova frente de tensões com o judiciário após meses de intensa polêmica no ano passado.
O juiz Alexandre de Moraes convocou Jair Bolsonaro para comparecer nesta sexta-feira às 14h (17h GMT) “para prestar depoimento pessoal na sede da Polícia Federal (PF)” em Brasília, como parte de uma investigação que visa apurar se ele divulgou documentos classificados para serem desacreditados Na credibilidade do sistema de votação eletrônica.
Faltando apenas 11 minutos para a data marcada, o procurador-geral da União (AGU), Bruno Bianco, solicitou que a decisão do juiz de Moraes – que recusou o pedido – fosse revogada – e depois integralmente estudada por 11 juízes de uma quadra de tênis.
Para o analista político Criomar de Souza, conselheiro da DHARMA, a rejeição presidencial de sexta-feira abre um “novo capítulo” nos confrontos de Bolsonaro com Moraes, o que permitiu várias investigações contra ele.
Policiais paquistaneses já haviam questionado o presidente em novembro na residência presidencial em outra investigação autorizada por Moraes sobre sua suposta interferência na Polícia Federal em casos envolvendo membros de sua família.
O inquérito para o qual foi chamado foi aberto na sexta-feira, em agosto de 2021, após a divulgação nas redes sociais de um boletim de ocorrência policial sobre um ataque cibernético contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018.
O chefe de Estado exibiu os documentos – classificados de acordo com o TSE – durante uma transmissão ao vivo e os postou nas redes sociais para questionar a confiabilidade do voto eletrônico em vigor desde 1996 no Brasil.
O líder de extrema-direita vem criticando as urnas eletrônicas há anos, citando “fraude” sem nunca fornecer nenhuma evidência.
Seu constante questionamento do sistema eleitoral levou a outra investigação na Suprema Corte por “calúnia” e “incitação ao crime”.
Menos de um ano antes das eleições presidenciais, em outubro, sua popularidade despencou para o menor nível histórico e todas as pesquisas mostraram que ele perdeu no segundo turno para o ex-presidente de esquerda Lula.
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