O Brasil deu sinal verde na quarta-feira, 5 de janeiro, para a vacinação contra a Covid-19 de crianças de 5 a 11 anos, em um contexto de forte aumento de casos e polêmica desde sua aprovação pelas autoridades sanitárias.
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“O Ministério da Saúde garante doses de vacina a todos os pais que desejam vacinar seus filhos”, assegurou o ministro brasileiro Marcelo Queiroga. Essa campanha de vacinação para crianças de 5 a 11 anos, ou cerca de 20,5 milhões de crianças, deve começar em meados de janeiro, após a chegada das primeiras doses da versão pediátrica da vacina Pfizer / BioNtech. Ocorrerá por ordem decrescente de idade, dando prioridade às crianças com comorbidades ou deficiências, bem como às pessoas mais vulneráveis, em particular nas comunidades indígenas.
O Brasil entra assim na lista cada vez mais longa de países que estendem a vacinação aos mais jovens, incluindo Estados Unidos, Alemanha e França. A agência reguladora de saúde brasileira, Anvisa, havia aprovado em meados de dezembro o uso da vacina Pfizer-BioNTech para crianças de 5 a 11 anos.
O anúncio de quarta-feira vem após polêmica, com o governo sendo acusado de atrasar a mudança. O presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, que sempre se recusou a ser vacinado, disse que não vacinará sua filha Laura, de 11 anos. O chefe de estado havia solicitado há algumas semanas a publicação dos nomes dos responsáveis, dentro da Anvisa, pela aprovação da vacinação anti-Covid de crianças. Uma associação de funcionários deste regulador de saúde denunciou métodos “Fascistas”.
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Foi organizada uma consulta pública entre os dias 23 de dezembro e 2 de janeiro, com o objetivo do ministério de tornar obrigatória a apresentação de receita médica para vacinar as crianças. A proposta foi rejeitada por uma maioria de quase 100.000 participantes, disse o ministério da saúde na terça-feira. Por fim, o ministério descartou a imposição de receita médica, mas recomenda-se consulta médica prévia.
Muitos especialistas acreditam que vacinar crianças é essencial para protegê-las e conter a pandemia, já que a variante Omicron está se espalhando por todo o planeta. O Brasil, que registrou quase 620.000 mortes por Covid, tem 67% de sua população totalmente vacinada.