Nicolás Maduro une aqueles que não gostam uns dos outros. Desde quinta-feira 1é Em agosto, o presidente de esquerda do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu a responsabilidade de representar os interesses do libertário argentino Javier Milei em Caracas e proteger suas instalações diplomáticas.
Na segunda-feira, 29 de julho, um dia após a contestada proclamação da vitória do chefe de Estado venezuelano nas eleições presidenciais, Caracas deu aos diplomatas argentinos setenta e duas horas para deixar o país, depois que Javier Milei postou uma mensagem furiosa no X: “Ditador Maduro, fora!!!” e apelou às forças armadas venezuelanas para “defender a democracia e a vontade do povo”.
“Agradeço muito a disposição do Brasil em assumir a Embaixada Argentina na Venezuela”publicou na rede social na quinta-feira, sem citar o colega brasileiro, mas enfatizando “fortes e históricos laços de amizade” que unem os dois países sul-americanos.
Nos últimos meses, o Sr. Milei descreveu Lula como ” ladrão “de “comunista corrupto” ou mesmo de “dinossauro idiota perfeito” e se recusou a se desculpar no final de junho quando o presidente brasileiro pediu. “Desde quando você tem que pedir perdão por dizer a verdade?”O Sr. Milei acrescentou.
A Argentina não foi o único país na mira da chancelaria venezuelana: Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai, que duvidaram da vitória de Nicolás Maduro e exigiram uma “revisão completa” Os funcionários das seções eleitorais, que ainda não haviam publicado a ata da votação até a noite de quinta-feira, também foram solicitados a retirar sua equipe diplomática, o que foi feito nas últimas horas.
Mas no caso da Argentina, a evacuação da representação teve um caráter especial: desde 20 de março, ela abriga seis oponentes venezuelanos, todos membros do comitê de campanha de Maria Corina Machado, quando ela ainda era candidata à presidência antes de ser declarada inelegível pelo governo chavista em janeiro. Desde então, Caracas se recusou a fornecer aos seis oponentes um salvo-conduto que lhes permitiria deixar o país.
Durante dois dias, a tarefa urgente era encontrar uma maneira de continuar protegendo-os apesar da evacuação de diplomatas. Por enquanto, o Brasil se comprometeu a fazê-lo, antes de uma possível transferência para outras embaixadas, talvez europeias. “Guarda de instalações diplomáticas [par le Brésil] diz respeito aos refugiados políticos da oposição venezuelana”especifica um comunicado de imprensa do Ministério das Relações Exteriores da Argentina, que também agradece, “a generosidade do governo brasileiro”.
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