(Brasília) Após inundações sem precedentes no mês passado no sul do Brasil, esta mesma região e santuários de biodiversidade como a Amazónia e o Pantanal correm o risco de enfrentar uma seca “severa”, alertou o Ministro da Agricultura brasileiro na quarta-feira. o ambiente.
“Depois das fortes chuvas teremos seca, provavelmente na Amazônia e no Pantanal […] “, declarou a ministra Marina Silva durante cerimônia oficial na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ministro lembrou que estes episódios de seca são muitas vezes acompanhados de “terríveis incêndios florestais”.
Ela também falou de uma “seca severa” em curso na região semiárida da Caatinga, no Nordeste do Brasil, e que ocorrerá no sul do país, atingido por enchentes que deixaram mais de 170 mortos.
Estes eventos climáticos extremos devem-se “à combinação de fenómenos meteorológicos como o El Niño e a intensificação das alterações climáticas”, assegurou M.meu Silva.
Por ocasião do Dia Mundial do Meio Ambiente, o presidente Lula assinou 14 decretos que visam fortalecer a proteção ambiental no Brasil.
Um deles consiste em um acordo entre o governo federal e os estados que abrigam a Amazônia e o Pantanal, maior área úmida do planeta, para uma política comum de prevenção e controle de incêndios florestais.
O Brasil registrou mais de 17 mil incêndios florestais em janeiro, um recorde, segundo imagens de satélite do Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais (INPE).
Marina Silva assumiu em janeiro de 2023 as rédeas do ministério onde já havia atuado durante grande parte dos dois primeiros mandatos de Lula (2003-2010).
No primeiro ano do terceiro mandato do presidente de esquerda (2023), o desmatamento foi reduzido pela metade na Amazônia, depois de ter aumentado acentuadamente sob seu antecessor de extrema direita, Jair Bolsonaro.
Mas aumentou mais de 43% no Cerrado, uma savana rica em biodiversidade localizada no sul da Amazônia.
Marina Silva, porém, anunciou nesta quarta-feira o início de uma “inflexão”, com o desmatamento no Cerrado tendo, segundo ela, caído 12,9% de janeiro a maio em relação ao mesmo período do ano passado.