O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro se encontra em crise mais uma vez. A polícia brasileira iniciou diversas investigações após descobrir a importação ilegal de joias fornecidas pela Arábia Saudita ao ex-chefe de Estado. Na quarta-feira, 5 de abril, ele negou à polícia “ter cometido qualquer irregularidade”.
O jornal brasileiro O Estado de São Paulo revelou este caso, noticiando que uma delegação do governo de Jair Bolsonaro tentou trazer ilegalmente para a região joias de valor superior a três milhões de euros, sem as declarar à alfândega.
Segundo suas informações, funcionários da alfândega apreenderam um pacote da mochila do então vice-ministro de Minas e Energia, Pinto Albuquerque, durante o retorno de uma delegação brasileira de visita oficial a Riad. Esta parcela incluía, entre outras coisas, um conjunto de diamantes que não tinham sido declarados à alfândega e por isso tinham sido apreendidos.
O secretário adjunto Albuquerque explicou então que um “enviado” do governo saudita entregou dois pacotes que estavam programados para serem entregues ao presidente brasileiro e à primeira-dama Michelle Bolsonaro. O segundo pacote entrou no Brasil sem passar pela alfândega e acabou na posse de Jair Bolsonaro.
Estes dois pacotes continham joias da marca suíça Chopard, incluindo um diamante cravejado com colar, anel, relógio e brincos avaliados em cerca de 3 milhões de euros, além de um relógio, uma caneta-tinteiro e botões de punho.
O jornal Estado de São Paulo afirma ainda que vários membros da administração tentaram oito vezes recuperar essas joias, pressionando as autoridades alfandegárias.
Trazer itens desse valor sem declará-los é contra a legislação brasileira. Na verdade, qualquer item com valor superior a US$ 1.000 deve ser declarado na alfândega antes de entrar no país, e seu proprietário deve pagar imposto de importação.
Se essas joias tivessem sido declaradas como presentes oficiais de um estado para outro, o imposto de importação não seria necessário, mas as joias teriam então entrado na coleção oficial da presidência, e não teriam pertencido de forma alguma ao casal Bolsonaro. Base pessoal. Portanto, os membros do governo não têm o direito de aceitar presentes, especialmente de elevado valor, de governos estrangeiros a título pessoal.
Por isso, a Polícia Federal e o Fisco anunciaram a abertura de diversas investigações sobre o assunto.
Após retornar ao Brasil após uma longa estadia nos Estados Unidos, Jair Bolsonaro foi interrogado pela Polícia Federal na quarta-feira, 5 de abril – o primeiro desde o fim do mandato. O ex-presidente negou qualquer irregularidade, antes de sair sem dar declarações à imprensa.
Em meados de março, o Tribunal de Contas do Brasil ordenou que Jair Bolsonaro entregasse às autoridades as joias que possuía no prazo de cinco dias. A autoridade também ordenou que o ex-presidente devolvesse à coleção presidencial oficial as armas de fogo que recebeu como presentes dos Emirados Árabes Unidos em 2019.
O Tribunal de Contas também pediu uma investigação sobre todas as doações feitas por países estrangeiros durante a presidência de Jair Bolsonaro (2019-2022).
Este escândalo desacredita ainda mais Jair Bolsonaro, que já é acusado de inação durante a pandemia de Covid-19. Uma comissão parlamentar de investigação pediu que ele fosse acusado de “crimes contra a humanidade”.
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