(RIO DE JANEIRO) O presidente brasileiro Jair Bolsonaro autorizou quinta-feira a enviar o exército para combater o desmatamento e os incêndios na região amazônica, pois essas pragas parecem estar aumentando mais do que em 2019, ano em que todos os recordes foram registrados.
O primeiro ano do chefe de estado de extrema direita no cargo foi marcado por um número sem precedentes de incêndios que destruíram vastas áreas da maior floresta tropical do mundo e geraram uma enxurrada de críticas da comunidade internacional sobre o Brasil.
Se a seca, acompanhada de aumento do número de queimadas e forte avanço do desmatamento, não começar até o final de maio, os sinais já estão vermelhos para este ano.
O desmatamento no primeiro trimestre aumentou mais de 50% em relação ao mesmo período do ano passado, cobrindo 796 quilômetros quadrados.
Jair Bolsonaro assinou um decreto autorizando as Forças Armadas a adotar “medidas preventivas e restritivas contra crimes ambientais, ou seja, desmatamento e incêndio criminoso”.
Este decreto cobre o período de 11 de maio a 10 de junho em unidades de conservação, reservas indígenas e terras federais na região amazônica, das quais mais de 60% da superfície está no Brasil.
O desmatamento na Amazônia brasileira cresceu 85% no ano passado, mais de 10.123 quilômetros quadrados, ultrapassando o limite simbólico de 10 mil quilômetros quadrados pela primeira vez desde o início dessas estatísticas, em 2008, segundo dados coletados com base em imagens de satélite.
Esta destruição da floresta é em grande parte devido à extração selvagem, mineração ou atividade agrícola em terras geralmente protegidas.
Jair Bolsonaro, um suposto cético do clima que pouco se preocupa com o meio ambiente, é um defensor do desenvolvimento econômico da Amazônia. No ano passado, ele teve que enviar o exército para esta enorme zona de combate a incêndio, sob pressão da comunidade internacional.