Durante a sua presidência, o líder da extrema direita criticou repetidamente as vacinas anti-COVID. O relatório policial que incrimina o ex-chefe de Estado abre caminho a um processo criminal.
A Polícia Federal brasileira acusou formalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro de fraude em seu registro de vacinaçãoabrindo caminho para acusações criminais, de acordo com um relatório policial visto pela Reuters na terça-feira e por duas pessoas familiarizadas com o assunto.
O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro se beneficiou de um “falso” Certificado de vacinação COVID-19. A promotoria deve agora decidir se apresentará queixa. No total, a polícia está investigando 17 suspeitos. Isso teria introduzido dados falsos de vacinação no banco de dados. Segundo a mídia, os dados de Bolsonaro, de sua filha Laura e de seu ex-ajudante de campo Mauro Cid foram falsificados.
A falsificação possibilitou a emissão de certificado de vacinação para quem não estava vacinado, a fim de contornar restrições de viagens no Brasil e nos Estados Unidos, por exemplo.
Então, “em relação à vacinação realizada em São Paulo – único documento que consta na carteira de vacinação do ex-presidente – (…) a conclusão é que se trata de fraude ao sistema de registro de vacinas contra a COVID-19 “disse o órgão de fiscalização. A investigação conclui que o certificado de vacinação COVID que o ex-chefe de Estado recebeu é “falso”.
O controlador, porém, recomenda encerrar o caso, “falta de informação suficiente” para encontrar os responsáveis. De facto, referiu que vários funcionários poderiam inserir dados falsos, tendo acesso ao sistema informático de vacinação. Esta investigação teve como objetivo principal determinar se autoridades federais falsificaram o registro de vacinação de Jair Bolsonaro.
Durante seu mandato, Jair Bolsonaro minimizou repetidamente a importância da vacinação e das medidas de distanciamento social durante a pandemia, que já ceifou mais de 700 mil vidas no Brasil.
Jair Bolsonaro já foi declarado politicamente inelegível até 2030 por espalhar informações falsas durante as eleições de 2022. A polícia apreendeu recentemente o seu passaporte como parte de uma investigação sobre as suas ações após a derrota eleitoral para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na semana passada, os ex-chefes do Exército e da Aeronáutica Brasileira confirmaram que Jair Bolsonaro discutiu projeto de decreto que visa impedir transferência de poder após eleição.
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