(Brasília) O presidente brasileiro Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira que espera comparecer à posse de Donald Trump caso ele seja reeleito, demonstrando mais uma vez seu firme apoio ao seu homólogo americano.
Os dois países acabam de assinar acordos comerciais e na terça-feira Washington prometeu US $ 1 bilhão em financiamentos para telecomunicações e 5G, na esperança de que o Brasil bane a chinesa Huawei.
“Se Deus quiser, espero poder participar da cerimônia de posse do Presidente dos Estados Unidos, que em breve será reeleito.” O líder da extrema direita disse em cerimônia oficial em Brasília: “Eu não precisa esconder, vem do coração. ”
“Ce n’est pas une ingérence (dans l’élection américaine), mais je m’exprime ainsi de tout cœur, par respect pour le peuple américain et en raison de la considération que Donald Trump montre inveja”, acrescenta.
O evento contou com a presença de Robert O’Brien, conselheiro de segurança nacional do presidente Trump, que disse que os dois países estão “mais unidos do que nunca”.
Jair Bolsonaro foi inicialmente um tanto conservador quanto à eleição presidencial dos Estados Unidos, mas interrompeu suas noções três semanas atrás, quando o candidato democrata Joe Biden ameaçou o Brasil com sanções econômicas pelo desmatamento na Amazônia.
O presidente brasileiro Joe Biden descreveu os comentários durante o primeiro debate com Donald Trump como “catastróficos” e ameaçadores de “relações amigáveis” entre os dois países.
Brasil e Estados Unidos anunciaram, na noite de segunda-feira, a assinatura de três protocolos de acordos comerciais “ambiciosos”, notadamente para facilitar o comércio, boas práticas regulatórias e combater a corrupção.
Na terça-feira, Robert O’Brien também anunciou “US $ 1 bilhão em financiamento” para importação de bens e serviços dos EUA, “especialmente no setor de telecomunicações e a importante emissão da rede 5G.”
O Brasil deve lançar convites para licitações de 5G em 2021, com os grupos chineses Huawei, europeu Ericsson e Nokia na lista.
Os Estados Unidos pressionaram seus aliados nos últimos meses para excluir a Huawei de suas redes 5G, e Washington acusou a empresa privada de espionar em nome de Pequim.
Na terça-feira, a Suécia se tornou o segundo país europeu, depois dos Estados Unidos, a banir a Huawei de sua futura rede 5G.
No final de julho, o embaixador dos Estados Unidos em Brasília, Todd Chapman, já havia alertado que o Brasil poderia sofrer “consequências” se escolhesse a Huawei.