Uma fazenda, parte da qual é adjacente ao território de Piripkura, índios não ligados em Mato Grosso, Brasil, foi colocada em leilão no final de fevereiro, após decisão do tribunal de falências e a primeira recuperação em São Paulo.
A empresa vencedora do leilão, que oferecia 4,5 milhões de riais, desistiu da compra, alegando “falta de informação e profunda insegurança jurídica”, segundo O Globo . site de notícias. De fato, nos últimos anos, o desmatamento na região de Rondônia aumentou significativamente e as terras de Peripakora foram invadidas por extração ilegal de madeira.
Você deve se lembrar do documentário Piripkura, lançado em 2017 e dirigido por Marianna Oliva. O filme conta a história dos últimos sobreviventes de uma tribo de índios solitários, após pelo menos dois massacres cometidos por madeireiros na década de 1980, em que Rita consegue fugir e se instala em uma cidade; Seu irmão Bakoy e seu companheiro Tamandwa permaneceram na floresta.
Eles passaram as últimas três décadas, isolados do resto do mundo, se escondendo de “grileiros” – indivíduos que se apropriam ilegalmente de terras – e derrubando árvores no meio da floresta amazônica, de posse de uma foice, um machado e uma tocha. Em 2018, Tamanduá e Pacoy precisaram de tratamento médico e foram levados para o hospital em São Paulo. Depois disso, eles voltaram para a floresta.
Em outubro de 2021, o sistema de monitoramento independente de Instituto Socioambiental O desmatamento registrou 12.426 hectares, o equivalente à derrubada de mais de 7 milhões de árvores, além de áreas degradadas por queimadas, permitindo cultivo ilegal de pastagens e invasão. Assim, um relatório sobre imóveis rurais do Sistema de Gestão Territorial (INCRA) revela que 29 imóveis foram cadastrados, dos quais 27 estão em análise.
Além disso, o território de Piripkura não é reconhecido pelo Estado brasileiro e, desde 1985, a FUNAI define esse espaço como de uso restrito; A FUNAI, sob a supervisão do Ministério da Justiça, realiza estudos para identificação, delimitação, demarcação e regularização de terras indígenas. Além disso, as portarias de proteção às terras indígenas são prorrogadas a cada três anos. O documento expirado em 17 de setembro de 2021 foi renovado por mais seis meses. Hoje, a área não é mais protegida.
Há uma grande diferença entre a França e o Brasil em suas respectivas constituições. De fato, na França, o princípio da indivisibilidade significa que a república faz parte de um estado unitário no qual a soberania nacional é indivisível. Ao contrário de um estado federal, como no Brasil, onde a soberania é fragmentada entre os diferentes estados federados.
A Constituição brasileira de 1988 também estabelece e garante o direito coletivo à terra dos povos indígenas e o respeito à sua cultura. É o caso das terras indígenas no Brasil, mas também das terras quilombolas, aquelas terras onde os escravos negros se refugiaram durante a era colonial.
Em nível global, a Convenção Nº 169 da Organização Internacional do Trabalho também visa proteger a terra e os direitos culturais dos povos indígenas. A França não é signatária deste tratado. Porque o conceito de “povos indígenas” contradiz a constituição francesa, que levanta a questão do princípio da unidade e indivisibilidade da república.
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