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Brasil | Mortalidade ligada à COVID-19 é maior em cidades pró-Bolsonaro

(Rio de Janeiro) A taxa de mortalidade ligada ao COVID-19 é “significativamente” superior à média dos municípios que votaram esmagadoramente no presidente brasileiro de extrema-direita Jair Bolsonaro durante a última eleição presidencial, revelaram nesta quinta-feira os autores de um estudo.

Postado ontem às 23h29

Pesquisadores compararam os resultados da eleição de 2018 com as taxas de mortalidade em municípios do estado de Minas Gerais (sudeste) e descobriram que o coronavírus causou mais estragos naqueles onde o presidente Bolsonaro obteve mais votos.

O estudo, que analisou dados de 21 de janeiro a 10 de novembro de 2021, constatou que a taxa de infecção foi 30% maior nos municípios onde Jair Bolsonaro foi escolhido pela maioria dos eleitores no segundo turno, com 7,6 mil por 100 mil habitantes.

O achado do estudo, realizado pela Sociedade de Infectologia de Minas Gerais e pela Associação de Epidemiologia e Controle de Infecção do mesmo estado brasileiro, é ainda mais elucidativo para a taxa de mortalidade, 60% maior do que nos municípios que não votaram em a maioria para o Sr. Bolsonaro, em 212 por 100.000.

“Bolsonaro negou a gravidade do COVID-19, promoveu tratamentos que nunca se mostraram eficazes, se opôs ao distanciamento social, uso de máscaras, bloqueios e outras medidas de proteção. proteção”, lembrou Carlos Starling, coautor do estudo.

Segundo ele, as posições tomadas pelo chefe de Estado “provavelmente resultaram em maiores taxas de infecção e mortalidade entre seus apoiadores”, acrescentou em comunicado à imprensa.

A COVID-19 já matou mais de 660 mil pessoas no Brasil, o segundo país mais enlutado pela pandemia em números absolutos, atrás apenas dos Estados Unidos.

A média semanal de mortes, no entanto, caiu acentuadamente nas últimas semanas, graças principalmente ao fato de 75% da população agora ter um regime de vacinação completo, apesar dos inúmeros comentários antivacina do presidente Bolsonaro.

O estudo, que será publicado até ao final do mês, será apresentado por Carlos Starling e pelo especialista em bioinformática Bráulio Couto no Congresso Europeu de Microbiologia e Doenças Infecciosas, que se realiza de 23 a 26 de abril em Lisboa. , em Portugal.

Isso ecoa outro estudo publicado em março na revista The Lancet, com conclusões semelhantes.

Jair Bolsonaro, que buscará a reeleição em outubro, foi duramente criticado por minimizar o COVID-19, que chamou de “gripe”.

Uma comissão de inquérito do Senado recomendou em outubro seu indiciamento, em particular por “crimes contra a humanidade”, por ter “exposto deliberadamente brasileiros à contaminação em massa”.

O governo não respondeu aos pedidos da AFP para comentar os resultados do estudo.

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