Carlos de Sousa via AFP
Ambiente – “cômico”, mas “melhor que nada”. O vice-presidente Hamilton Mourão reconheceu na segunda-feira (3 de agosto) que o Brasil não atingirá sua meta de reduzir o desmatamento na Amazônia em 10% durante o período de referência de agosto de 2020 a julho de 2021.
“Provavelmente não atingiremos a meta de redução de 10% (no desmatamento). Acho que será cerca de 4 a 5%. É uma redução ridícula, mas é melhor do que nada”, disse o general da reserva à imprensa.
Os dados oficiais sobre o desmatamento no ciclo agosto-julho, coletados pelo sistema Prodes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), só serão conhecidos em novembro. De agosto de 2019 a julho de 2020, 10.851 quilômetros quadrados foram desmatados na Amazônia, um aumento de 7% em relação ao ciclo anterior.
Sempre a área mais desmatada
Apesar dos militares serem mobilizados na tentativa de reprimir o desmatamento ilegal, a situação continuou a se deteriorar nos últimos meses. Outro sistema de cálculo do INPE, o Deter, que publica dados brutos em tempo real, mostra que a área desmatada da Amazônia aumentou 17% no primeiro semestre de 2021 em relação a 2020.
Em junho, o desmatamento bateu o quarto recorde mensal consecutivo desde a criação do Deter em 2015, com pelo menos 1.062 quilômetros quadrados desmatados, número preocupante para este mês que marca o início da estação seca.
Por outro lado, o vice-presidente Mourão destacou uma diminuição de 27% no número de incêndios identificados pelo Instituto Nacional de Proteção contra Incêndios em julho em relação ao mesmo mês do ano passado.
Segundo ele, esta redução deve-se “às medidas tomadas pelo governo”, razão pela qual recomenda “continuar a mobilizar o exército” para combater também estes incêndios.
“O pior está por vir.
Mas Cristian Mazzetti, da filial brasileira do Greenpeace, teme que o número de incêndios florestais volte a aumentar nos próximos meses “quando a cobertura vegetal em áreas recentemente desmatadas estiver mais seca e com maior probabilidade de ser queimada ilegalmente”.
“O pior ainda está por vir. Não só os próximos meses serão muito secos na Amazônia, mas os órgãos de fiscalização ambiental[do governo]foram enfraquecidos”, principalmente por cortes orçamentários”, e é prioridade do Parlamento aprovar leis que poderia levar à insistência em mais da destruição do meio ambiente.”
O presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro recentemente prometeu à comunidade internacional erradicar o desmatamento ilegal no Brasil até 2030, sem anunciar medidas concretas para atingir esse objetivo.
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