No Brasil, Sonia Guajajara, uma influente ativista indígena, assumiu o novo ministério para os povos indígenas prometido pelo presidente Lula durante a campanha eleitoral. A governante recém-eleita não pretende desempenhar o papel de agente e pretende fazer da sua eleição mais do que um mero símbolo.
Sonia Guajajara, uma líder indígena combativa e carismática, foi nomeada chefe do novo Ministério dos Povos Indígenas criado por Lula, após quatro anos de oposição feroz às políticas “genocidas” do presidente cessante Jair Bolsonaro.
Eleito pela revista Time uma das 100 pessoas mais influentes do mundo em maio passado, o ex-coordenador da Associação Brasileira dos Povos Indígenas (APIB) também está na linha de frente do combate à destruição da floresta amazônica.
O novo ministro nasceu em 1974 em uma reserva indígena da região amazônica, no estado do Maranhão, nordeste do Brasil. Conhecida nos registros civis como Sonia Bon de Sousa Silva Santos, ela adotou o nome de seu povo, Guajajara, como sobrenome regular, assim como a maioria dos indígenas brasileiros.
Sonia Guajajara pretende persuadir o presidente eleito de esquerda, Luiz Inácio Lula da Silva, a cumprir suas promessas de proteção ao meio ambiente e aos povos indígenas.
Sonia Guajajara foi uma importante aliada do ex-sindicalista durante sua campanha eleitoral, aparecendo diversas vezes ao lado dele em comícios, usando orgulhosamente um tradicional cocar de penas. Também obteve sucesso eleitoral a nível pessoal, conquistando uma cadeira de representante nacional no estado de São Paulo, da qual teria que abrir mão para entrar no governo.
A presença deste activista altamente respeitado ao lado de Lula assinala uma viragem de 180 graus na política ambiental brasileira, após o forte aumento da desflorestação sob o presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro.
Sonia Guajajara, descrita por pessoas próximas como uma “guerreira”, nem sempre foi gentil com Lula, cujo histórico misto na região amazônica ela criticou frequentemente durante seu primeiro mandato (2003-2010). Em particular, viajou por vários países para denunciar a construção da hidrelétrica de Belo Monte, na região amazônica, projeto concebido durante a ditadura militar (1964-1985) e relançado pela esquerda na década de 2000.
Os seus pais eram analfabetos e ela teve que sair de casa aos dez anos para frequentar a escola em Amarante, a cidade mais próxima. Quando a pequena Sonia não estava nas aulas, ela trabalhava como babá ou faxineira. Aos 15 anos, ganhou uma bolsa da Agência Governamental de Assuntos Indígenas (Funai) para cursar o ensino médio no estado de Minas Gerais, no sudeste do país. Ela então entrou na faculdade e obteve diplomas de ensino e enfermagem.
“Ela desafiou as estatísticas”, disse Guilherme Boulos, um proeminente ativista de esquerda, sobre ela em um perfil da líder indígena na revista Time. Ele ressaltou que “desde jovem ela lutou contra as forças que tentam exterminar seu povo e suas raízes há mais de 500 anos”.
Como ativista, Sonia Guajajara rapidamente ganhou destaque devido ao seu carisma e começou a ser comentada em eventos como o Fórum das Nações Unidas sobre os Povos Indígenas em 2008. Em 2018, foi candidata à vice-presidência na chapa de Guilherme Boulos. Receberam apenas 0,6% dos votos, mas esta nomeação deu ao líder indígena projeção política nacional.
Sua nomeação para o governo brasileiro traz esperança para uma nova era, após anos de políticas anti-indígenas lideradas pelo ex-presidente de direita Jair Bolsonaro.
Ah/Yar com a Agence France-Presse
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