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Brasil: O fracasso da vacina russa Sputnik V pela Autoridade Sanitária

O revés do Sputnik. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) rejeitou nesta segunda-feira a importação emergencial da vacina russa, que está sendo exigida por 14 estados brasileiros. Uma decisão motivada pela “falta de dados consistentes e confiáveis”.

Foi aprovado por unanimidade pelos cinco membros do Conselho de Administração da Anvisa, após exame dos dados por painel de especialistas, que relatou “ausência ou insuficiência de dados de controle de qualidade, segurança e eficácia do produto”. Em fevereiro passado, um estudo publicado na prestigiosa revista médica The Lancet relatou uma eficácia de 91,6% do Sputnik V contra formas sintomáticas do coronavírus.

“Jamais permitiremos que milhões de brasileiros sejam expostos a produtos sem a devida verificação de qualidade, segurança e eficácia ou, pelo menos, diante da situação de perigo em que nos encontramos, que haja uma correlação positiva entre riscos”, conforme seu país foi atingido por uma nova onda ”, disse o chefe do órgão de saúde, Antonio Barra Torres, destruída pela Covid-19, causada por uma variante infecciosa que apareceu em seu território. Duas vacinas Covid-19, CoronaVac e AstraZeneca, estão em uso desde janeiro, enquanto outras duas (Johnson & Johnson e Pfizer-BioNTech) devem chegar em breve.

Mas o regulador brasileiro não fecha completamente a porta ao soro desenvolvido pelo instituto estadual Gamaleia. É “a foto do momento, do que foi analisado até agora”, disse Antonio Barra Torres. “Espero que o processo de vacinação do Sputnik V realmente adapte suas informações e resolva rapidamente os problemas de conformidade, já que milhões de pessoas precisam ter acesso a vacinas seguras e eficazes”, acrescentou outro líder da Anvisa, Meiruze Freitas.

Uma decisão “política” de acordo com o fabricante

Em uma série de tweets escritos em português, a conta oficial do Twitter do Sputnik V rejeitou as alegações da Autoridade de Saúde Brasileira, alegando que Ela compartilhou com ela “todas as informações e documentos necessários”. Ele denunciou uma decisão “de cunho político” que nada teve a ver com obter informações ou conhecer “o selo dos Estados Unidos”, que teria “convencido o Brasil a rejeitar a vacina russa”.

Segundo seu fabricante, o Sputnik V já está licenciado em cerca de sessenta países ao redor do mundo, incluindo Índia, México, Argentina, Egito, Marrocos e Irã. Mas nem nos Estados Unidos nem pela União Européia. Um exame adicional do soro russo pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA), acompanhado por especialistas da Organização Mundial de Saúde, está agendado para 10 de maio. Embora não seja aprovado pelas autoridades de saúde europeias, a Hungria e a Eslováquia já o utilizam.

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