“Minhas saudações ao presidente Joe Biden com os melhores votos, e espero que os Estados Unidos continuem a ser a” terra da liberdade e a casa da coragem “, disse o líder de extrema direita em um comunicado, inspirado nas últimas linhas do hino americano.
“Estarei pronto para trabalhar com excelência e continuar construindo a aliança Brasil-EUA, para defender a soberania, a democracia e a liberdade no mundo”, acrescentou a pessoa que foi aliada incondicional do ex-presidente dos EUA, Donald Trump.
Como seus homólogos russos Vladimir Putin e o mexicano Andrés Manuel Lopez Obrador poucas horas antes dele, Jair Bolsonaro esperou no dia seguinte para confirmar a vitória de Joe Biden, que o Colégio Eleitoral conquistara desde novembro.
If Trump Tropical
Freqüentemente apelidado de “Trump Tropical”, Jair Bolsonaro cruzou espadas com o indicado democrata quando este ameaçou o Brasil com “grandes consequências econômicas” se o desmatamento continuasse na Amazônia.
O líder brasileiro julgou as declarações “catastróficas”, o que, segundo ele, ameaçava as “relações amistosas” entre os dois países.
Depois da vitória de Biden, o presidente brasileiro levantou sua retórica, declarando de forma belicosa: “Quando não se tem mais saliva é preciso ter pó”.
“Desde a campanha eleitoral nos Estados Unidos, tem havido preocupações com as visões opostas de Bolsonaro e Biden sobre proteção ambiental, desenvolvimento sustentável ou direitos humanos”, Tomas Favaro, de uma empresa de consultoria em gestão de risco.
A mesma estratégia de Trump em 2022
Para Oliver Stwinkel, professor de relações internacionais de Getúlio Vargas, se Bolsonaro não quiser admitir a vitória de Biden por muito tempo, ele “gostaria de poder usar a mesma estratégia de Trump caso sofra uma derrota na eleição presidencial brasileira de 2022”, ou seja, invocar “Falsificação.”
Robbins Barbosa, ex-embaixador do Brasil em Washington e presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior, porém, acredita que o fato de Bolsonaro ter demorado tanto para parabenizar Biden é apenas “um detalhe de cortesia diplomática”.
E afirma que “o que realmente vai determinar a natureza das relações entre os nossos dois países são temas importantes como o 5G” para a telefonia.
O Brasil deve organizar licitações para sua rede 5G em 2021, e o governo Trump pressionou fortemente Brasília para rejeitar o grupo chinês Huawei.
Um verdadeiro dilema é o Brasil, do qual a China é seu principal parceiro comercial, e que vende amplamente soja, carne e minério de ferro.
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