Brasil: Por trás da crise política, a crise econômica

Brasil: Por trás da crise política, a crise econômica

O Brasil sofre com recessão há dois anos. Depois de testemunhar uma taxa de crescimento do PIB de 3,5% ao ano em média durante dez anos, entre 2003 e 2013, aproximadamente os anos da presidência de Lula da Silva e Dilma Rousseff, no final de 2014, a recessão começou a tomar conta. Recessão clara.

  • PIB diminuiu 3,8% em 2015
  • 3,6% em 2016.

A razão disso: a queda nos preços das commodities, das quais o Brasil, país continental, é um gigante.

O Brasil é o quarto maior exportador mundial de produtos agrícolas: café, suco de laranja, açúcar, soja, carne bovina e aves. É o segundo maior exportador de minérios do mundo: ferro, alumínio e metais preciosos.

O Brasil também depende fortemente das importações chinesas, o que o torna vulnerável quando a procura chinesa diminui, como acontece actualmente.

Quem diz menos exporta, diz défice comercial externo e reequilíbrio para baixo do valor da moeda. O real brasileiro perdeu 50% do seu valor em um ano.

Observação: esta postagem escrita é uma versão mais longa da postagem de áudio desta manhã. Em particular, explico porque canto no final a música de Chico Buarque, uma canção simbólica de protesto contra a ditadura dos anos 1970. Abaixo segue um tweet sobre a manifestação ocorrida no dia 28 de maio no Rio, com Caetano Veloso como ator convidado. .

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Por trás da crise económica, está a crise política

Os dois ainda estão muito próximos. O clima político gera confiança e a confiança incentiva o investimento. Mas em 2015 o investimento caiu 15%, devido ao escândalo que levou ao impeachment de Dilma Rousseff.

Outro factor punitivo é a política monetária do banco central, que aumentou as taxas de juro directoras para combater a descida do rial. Seu percentual é de cerca de 13%.

As taxas de juro sempre foram elevadas neste país, e estamos realmente num mundo monetário diferente daquele que conhecemos na Europa, mas quando subimos de 8 para 13% em poucos anos, isso tem um efeito recessivo na economia, porque as empresas e instituições contraem menos empréstimos junto das famílias.

Porém, o que fez o Brasil crescer nos anos Lula foi o acesso de grande parte da população ao crédito bancário. Esta nova classe média, hoje estimada em 100 milhões de pessoas, ou metade da população, tem utilizado excessivamente o crédito durante muito tempo, mesmo que isso signifique estar perto de ficar sobrealavancada.

Para ouvir: Documentário filmado em Belo Horizonte e São Paulo em 2014 sobre o surgimento e a fragilidade dessa classe média. Ainda relevante! Brasil: um elevador social muito frágil

Hoje, os bancos lidam com empréstimos com os chamados prazos inadimplentes, ou seja, riscos que não são reembolsados.

O risco torna-se maior à medida que a taxa de desemprego duplicou desde 2012. Hoje, a taxa de desemprego é de 13%. um resultado, A desigualdade está a aumentar novamente neste país já desigual. Isto é medido por um índice, o Índice GINI. 1 é o nível máximo de desigualdade, 0 é a situação em que todas as famílias têm riqueza média. Este índice voltou a subir em 2016, atingindo 0,522 (em França 0,331). Esta é uma mudança após 10 anos de declínio e é exactamente o oposto do ciclo virtuoso dos anos 2004-2014.

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Michel Temer e sua política de austeridade

A dívida do país é agora de 65% do PIB e a classificação do país foi rebaixada várias vezes pelas agências de classificação. Para restaurar a confiança nos círculos económicos e financeiros, o governo conservador de Michel Temer lançou medidas de austeridade sem precedentes, e até emitiu uma lei que congela a despesa pública ao seu nível actual durante 20 anos!

Até as escolas de samba de todo o país tiveram que economizar dinheiro este ano, e isso já diz alguma coisa. Na Universidade do Rio, o início do ano letivo já foi adiado em três meses.

A situação social tornou-se verdadeiramente prejudicial, o que também explica a dimensão do protesto.

No entanto, quanto mais cresce este protesto, maior é o risco de vermos eleições antecipadas que impeçam o Presidente Temer de implementar o seu programa…o que preocupa a comunidade empresarial e aumenta a força das forças deflacionárias. Estamos num círculo completamente vicioso.

Como resultado (nota do editor sobre protesto), a agenda para restaurar os equilíbrios orçamentais e regressar ao crescimento pode ser atrasada no tempo, com sérios riscos de uma moeda desvalorizada e de uma inflação mais elevada, escreveram os Serviços do Tesouro Francês no Brasil. Em sua última nota.

Basta recorrer às letras de canções populares brasileiras: como “Apesar de Voce”, de Chico Buarque, canção que repete como um barbante as seguintes palavras: “Amanha vai ser outro dia”. “Amanhã será outro dia.” A música foi escrita durante a ditadura (1964-1985) que inspirou os cartazes dos manifestantes da época como pode ser visto no vídeo abaixo.

Para uma tradução da letra e uma análise mais aprofundada que explica como essa canção se tornou um hino nacional de resistência à ditadura e como a ditadura permitiu sua gravação ao considerá-la uma canção de “amor desencantado”, ver Este é um artigo muito esclarecedor.

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Este tema “Amanhã que canta apesar de tudo” também foi cantado por Caetano Veloso que foi uma das estrelas da manifestação de 28 de maio no Rio.

“Amanhä Será um lindo dia Da mais louca alegria Que se possa imaginar Amanhä Redobrada a force Praca que não cessa Há de vingar.” Amanhã será um dia lindo com uma alegria louca que não podemos imaginar. Amanhã seu poder será duplicado, ela estará tão em alta, ela que nunca deixou de se vingar.

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Maria Vinot

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