(Balneário Camboriú) O chefe de Estado argentino, Javier Milei, denunciou neste domingo a suposta “perseguição judicial” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, durante uma conferência de conservadores no Brasil onde denunciou governos de esquerda na região.
“Vejam a perseguição judicial sofrida pelo nosso amigo Jair Bolsonaro aqui no Brasil”, disse Milei, sob aplausos de milhares de apoiadores na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), em Balneário Camboriú, no estado de Santa Catarina.
Em sua primeira visita ao Brasil, o ultraliberal Milei desprezou o presidente esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva, com quem trocou queixas, e preferiu se encontrar com Bolsonaro e os governadores conservadores dos estados de Santa Catarina, Jorginho Melo, e São Paulo, Tarcísio Freitas.
O chefe de Estado argentino atacou a “ditadura sangrenta” do presidente venezuelano Nicolás Maduro e iniciou um longo discurso contra o “socialismo empobrecedor” na região.
“Quero dizer a vocês que o vento da mudança está soprando no mundo, que as ideias de empobrecimento do socialismo falharam e as pessoas sabem disso”, disse ele.
Citando o Brasil, o Sr. Milei também disse que alguns países cometem “aberrações” contra a liberdade de expressão.
A CPAC reuniu milhares de apoiadores do ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro (2019-2022), como representantes do setor agrícola e ativistas antiaborto.
A multidão também incluía sósias do Sr. Bolsonaro e do Sr. Milei, observou um jornalista de vídeo da AFP.
No sábado, o ex-presidente brasileiro foi aclamado como a única escolha da direita, apesar de sua desqualificação para a eleição presidencial de 2026 e do acúmulo de problemas legais que enfrenta.
“Apesar dos problemas […] – Ainda tenho uns 300 julgamentos – não vamos recuar”, garantiu Bolsonaro a uma multidão eufórica.
Na semana passada, a Polícia Federal do Brasil recomendou indiciar o ex-presidente por lavagem de dinheiro e outras acusações como parte de uma investigação sobre o suposto desvio de joias doadas pela Arábia Saudita.
E ele ainda aguarda os resultados de uma investigação sobre a suposta falsificação de certificados de vacinação contra a COVID-19.
Jair Bolsonaro também está sendo investigado pela invasão de locais de poder em Brasília por milhares de seus apoiadores em janeiro de 2023 e por uma “tentativa de golpe” para se manter no poder.