O Brasil quer recuperar as doses contra o coronavírus de países que têm muito para imunizar toda a população até o final do ano. Na sexta-feira, o ministro da Saúde, Marcelo Quiroga, disse que “ainda há muito o que fazer” como almejado pelo governo.
Ele disse a repórteres que os países devem compartilhar suas doses com o Brasil “para nos permitir expandir o intervalo de vacinação” e “para evitar a propagação de variantes”. Ele também quer que Brasília receba rapidamente as distribuições previstas no sistema internacional Covax.
O país, que tem uma longa tradição de imunização, é amplamente criticado pela lentidão com que sua população está sendo vacinada contra o Coronavírus. Apenas cerca de 13% da população recebeu uma dose e menos da metade dessas pessoas foram totalmente vacinadas.
É preciso “acelerar a imunização”, admitiu o ministro da Saúde, porém, rejeitando qualquer demora. Ele quer que todos os brasileiros sejam vacinados até o final do ano. “Temos vacinas suficientes”, acrescentou, e será assinado contrato de 100 milhões de doses adicionais.
Quatro produtos já foram homologados no país e o Brasil quer contar com as exportações chinesas para atrair mais equipamentos e medicamentos. A Organização Mundial da Saúde também despachou exames, equipamentos e medicamentos.
Alguns acusam o governo brasileiro de abandonar seus moradores. Um inquérito parlamentar foi aberto e manifestações regulares estão ocorrendo contra o presidente Jair Bolsonaro, que ataca seus críticos. Quiroga estava convencido de que era importante fazer uma “avaliação permanente” da resposta, “não apenas contra o Coronavírus”.
O ministro, que chegou há menos de dois meses, assim como o chefe de Estado que se opõe aos conservadores nessa questão, indicou que a resposta da saúde deve levar em conta a economia e o emprego da população. Ele defendeu os esforços do governo contestado, acrescentando que US $ 50 bilhões em assistência em dinheiro foram distribuídos para mais de 60 milhões de pessoas.
O Brasil registrou cerca de 15 milhões de casos de coronavírus e ultrapassou 400 mil vítimas na quinta-feira, um quarto delas apenas no mês passado. “Poderíamos ter evitado algumas das mortes” se os suprimentos de equipamentos médicos e medicamentos fossem suficientes, disse um funcionário da OMS.
O número de feridos vem diminuindo há um mês e o número de internações está em plena capacidade desde o início da epidemia, e as novas mortes também estão diminuindo. Um oficial regional da Organização Mundial de Saúde disse que a epidemia se tornou “mais complexa” em toda a região, já que mais de 60 milhões de casos de Coronavírus foram identificados com novos picos em vários países.
Atts
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