O principal negociador de União Européia (UE), Michel Barnier, levará aos embaixadores do bloco os termos exigidos pelo Reino Unido para um acordo comercial na manhã de segunda-feira (14).
Após conversas entre Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e o primeiro-ministro Boris Johnson, no domingo (13), as negociações foram estendidas a mais uma tentativa de acordo comercial entre os britânicos e o bloco europeu.
“O negociador-chefe da UE, Michel Barnier, informará os embaixadores da UE amanhã às 8h30 sobre o andamento das negociações UE-Reino Unido. Os embaixadores então examinarão a situação”, disse Sebastian Fischer, porta-voz da UE para a Alemanha, que detém a presidência do bloco, no Twitter.
Von der Leyen e Johnson falaram ao telefone no domingo e concordaram em uma tentativa final de resolver os impasses. Os principais gargalos são as regras para a pesca em território britânico e a concorrência leal entre empresas – o Reino Unido quer isenção de tarifas e a UE não concorda.
“Ambos pensamos que é prudente fazer um esforço extra neste momento”, disse o alemão. “Nós firmamos um acordo para pedir aos nossos negociadores que continuem suas negociações e vejam se um acordo pode ser alcançado mesmo neste estágio avançado.”
Johnson reiterou que um acordo é possível, mas o país deve estar pronto para um tipo de acordo como o que a Austrália tem com o bloco europeu, sujeito às regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e sem acordo de livre comércio.
“Receio que ainda estejamos muito longe em algumas coisas importantes, mas onde há vida, há esperança. Continuaremos a conversar para ver o que podemos fazer, e o Reino Unido certamente não ficará longe das conversas, ” ele disse.
Em 31 de dezembro, o Reino Unido não segue mais as regras comerciais da União Europeia.
Negociações pós-Brexit
Oficialmente, o Reino Unido deixou a União Europeia em 31 de janeiro de 2020. O acordo comercial foi o mais importante de 11 pontos a ser fechado após a saída, já que a UE respondeu por 49% das negociações do Reino Unido em 2019.
Sem um acordo de livre comércio, o Reino Unido segue os termos da Organização Mundial do Comércio e os produtores e importadores britânicos passam a pagar tarifas que hoje não existem para vender e comprar produtos europeus, além de estarem sujeitos às mesmas regras dos demais parceiros. da OMC.
As rodadas de negociações ao longo do ano 2020 renderam poucos avanços e impasses constantes. O prazo até 31 de dezembro é o fim das regras comerciais entre as partes.
Esta semana, o primeiro-ministro Boris Johnson disse que o acordo tem uma “forte possibilidade” de não sair e que a União Europeia estava tornando as negociações “desnecessariamente difíceis”. Johnson compara as relações comerciais futuras com o bloco ao modo como funciona hoje com a Austrália, que não tem um acordo de livre comércio.
Do lado do bloco, foi elaborado um plano de contingência, que enfoca especificamente a liberdade de movimento aéreo e terrestre após 31 de dezembro, além do acesso bilateral à pesca por um ano, ou mesmo um novo acordo.