O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, anunciou quinta-feira que o grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que se reunirá numa cimeira em Joanesburgo, receberá seis novos membros em janeiro, incluindo o Irão.
Irão, Argentina, Egipto, Etiópia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos juntam-se ao grupo de países emergentes que querem ganhar influência no mundo.
O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, disse numa conferência de imprensa conjunta para os líderes dos cinco países que actualmente compõem o bloco: “A adesão entrará em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2024”.
Ele disse: “Com esta cúpula, o BRICS inicia um novo capítulo”.
No dia anterior, Pretória anunciou que todos os Estados-Membros tinham concordado com o princípio do alargamento.
“Adotámos um documento que estabelece diretrizes, princípios e processos de triagem para os países que desejam aderir aos BRICS”, saudou a ministra dos Negócios Estrangeiros sul-africana, Naledi Pandor, sublinhando o passo “positivo” em frente.
Cerca de quarenta países solicitaram adesão ou manifestaram interesse. Segundo os líderes do “Clube dos Cinco”, que produz um quarto da riqueza mundial e representa 42% da população mundial, esta obsessão demonstra a crescente influência dos países emergentes no cenário mundial.
Negociação
A questão da ampliação do grupo foi prioridade na 15ª cúpula, inaugurada nesta terça-feira. Os BRICS, uma aliança heterogénea de países geograficamente distantes e de economias com crescimento desigual, tiveram de chegar a acordo sobre a selecção estratégica de novos participantes.
As negociações ocorreram durante uma sessão pública realizada a portas fechadas na quarta-feira. As reuniões bilaterais também aumentaram desde a abertura da cimeira.
A China, peso pesado que responde por cerca de 70% do PIB do grupo, é claramente a favor da expansão. Mas a Índia, outra potência económica do grupo que desconfia das ambições da sua rival regional, a China, tem reservas.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, sublinhou a necessidade de chegar a um “consenso” sobre os métodos seguidos. O processo de tomada de decisão dentro do grupo BRICS requer consenso.
Observadores disseram que o Brasil também temia que a expansão “enfraquecesse” sua influência globalmente e dentro do bloco.
O grupo BRICS reafirmou a sua posição “não-alinhada” na cimeira, numa altura em que as divisões foram exacerbadas pelo conflito na Ucrânia.
Os Estados Unidos confirmaram que não vêem futuros “concorrentes geopolíticos” no grupo BRICS, sublinhando que querem manter “relações fortes” com o Brasil, a Índia e a África do Sul.