As brasileiras não vieram a Montreal para assistir às comemorações do fim da carreira de Christine Sinclair. Os brasileiros vieram mimá-los.
Debinha marcou com chute duplo desviado aos 94e minuto para dar ao Brasil uma vitória por 1 a 0 sobre o Canadá. Este encontro amigável, inserido na digressão de despedida do grande Sinclair, foi disputado perante um estádio do Saputo lotado.
Sob um sol radiante de outono em Montreal, a atmosfera era “magnífica”, disse a zagueira Vanessa Gilles. Assim como vários de seus companheiros, a atleta do Châteauguay chegou à mídia com o poutine na mão, cerca de uma hora após o apito final.
Tive a presença de 40 pessoas no estádio, familiares e amigos. Dói ainda mais quando você perde na frente deles.
Vanessa Gilles
Bianca St-Georges “não teve palavras” para descrever o sentimento que sente ao representar o Canadá diante de sua família. Mas ela ainda encontrou alguns.
“Ver minha família que estava lá […], jogadores com quem joguei quando era criança e que hoje me veem aqui… todos tinham lágrimas nos olhos. É incrível. »
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Ovações para Christine Sinclair
“Substituição para o Canadá”, ouvimos nos alto-falantes aos 66e minuto. A multidão olhou para o lado de fora. Christine Sinclair estava prestes a fazer sua entrada. Aplausos instantâneos de pé.
No sábado, Sinclair pisou no gramado de Montreal pela última vez. Neste outono, ela disputará as últimas quatro partidas internacionais de sua grande carreira.
“É ótimo podermos homenageá-lo”, diz St-Georges. Às vezes esquecemos [qu’au Québec], nós também gostamos disso, apoiar o Canadá como um todo, você sabe. Christine Sinclair mudou o jogo pelo futebol em Quebec e no Canadá, e é uma honra representá-lo aqui. »
Já antes mesmo do apito inicial, os torcedores foram brindados com um grande momento esportivo canadense: uma troca de camisas entre a melhor jogadora de hóquei do mundo, Marie-Philip Poulin, e a atleta que mais marcou gols na história do futebol internacional masculino e feminino, Christine Sinclair. As duas mulheres foram calorosamente aplaudidas no estádio Saputo.
“Acho que o Sinc ficou muito emocionado ao receber esta camisa”, disse Gilles. Ela é uma grande fã de hóquei. […] Ela queria usá-lo durante o jogo! Ela ficou muito orgulhosa e feliz em receber esta camisa. »
Então, às 12e minuto, a multidão se levantou para homenagear Sinclair e seu número 12.
“Sabemos que ela não gosta desse tipo de atenção”, lembrou o técnico Bev Priestman. Mas ela gostou de todos esses momentos [samedi]. Houve muitos aplausos para ela, e ela merece. »
E ao apito final, a seleção canadense circulou pelo campo, com Sinclair na liderança, sob aplausos da torcida.
“Foi bom para o povo de Montreal ter Christine aqui”, acrescenta Priestman.
Um Brasil com iniciativa
O resultado desta reunião foi lógico. O Canadá, graças ao brilhantismo de seu goleiro Kailen Sheridan, conseguiu resistir aos inúmeros ataques brasileiros até o final.
No gol da Seleção, Sheridan não conseguiu fazer nada, o cabedal desviou duas vezes na área.
“Kailen é boa, mas nem ela consegue impedir isso”, Priestman sorriu.
A treinadora canadiana falou deste encontro como um “teste” que a sua equipa “precisava”.
“Achei que começamos o jogo fortes e mantivemos bem a bola. Mas no segundo tempo não conseguimos controlar o jogo. Honestamente, deveríamos ter aproveitado nossas oportunidades. »
Os canadenses marcaram bastante, logo no final do primeiro tempo. Nichelle Prince quase abriu o placar, mas não conseguiu marcar de perto em um chute errado que virou passe de Adriana Leon da área. Foi a única oportunidade clara para os campeões olímpicos neste encontro.
Os Reds também tiveram azar ao perder os serviços de Jessie Fleming no dia 22e minuto.
“Tive a impressão de que era por causa de uma enxaqueca”, respirou Priestman. Ela estava com dor de cabeça esta manhã. »
Passando sem parar na frente da mídia na zona mista, Fleming declarou rapidamente que se sentia bem.
Fleming é o craque do Canadá no meio-campo. Sem ela, e apesar de algumas boas conquistas de sua substituta Julia Grosso, os Reds perderam a coesão.
Foi a primeira partida do novo técnico brasileiro, Arthur Elias. Bev Priestman, portanto, não sabia exatamente que jogo os brasileiros iriam propor. Graças ao brilhantismo das lendárias Marta e Adriana, os visitantes dificultaram as coisas para as canadenses, principalmente no segundo tempo.
As duas equipes se enfrentam na próxima terça-feira, em Halifax. Os Reds têm alguns dias para “se adaptar” e encontrar soluções, diz Priestman.
E para digerir estes saborosos poutines.