Categories: Top News

Cargill enfrenta investigação criminal no Brasil por projeto portuário na Amazônia – 10/03/2023 às 19h32

por Ana Mano

SÃO PAULO (Reuters) – O Ministério Público Federal brasileiro está investigando transações envolvendo a comerciante de grãos Cargill e um parceiro brasileiro depois de encontrar “irregularidades” na aquisição de terras disputadas onde a empresa norte-americana planeja construir um enorme porto fluvial na floresta amazônica.

Um porta-voz do Ministério Público Federal no estado do Pará disse que a investigação criminal foi aberta depois que dois promotores escreveram um memorando em julho, visto pela Reuters, questionando a legalidade da transação devido a supostas anomalias em documentos administrativos. O andamento da investigação criminal permanece confidencial.

“A cadeia de propriedade de transferências de terras privadas, apresentada pelas empresas para justificar a legalidade da compra e venda (…) apresentava sinais de total precariedade e ausência dos requisitos mínimos para serem considerados legais”, escreveram os promotores no memorando, relatado pela primeira vez pelo site de notícias Sumauma na segunda-feira.

Um porta-voz da Cargill disse que a investigação foi uma “surpresa”, acrescentando que o comerciante obteve o uso e posse legal de terras em Abaetetuba, no Pará, onde avalia a viabilidade de construção de um terminal de exportação de grãos.

A empresa brasileira Brick Consultoria em Gestão Limitada, que transferiu o terreno para a Cargill em data não especificada segundo os promotores, não respondeu aos pedidos de comentários.

Em 2017, a Cargill anunciou planos para investir num novo porto de 178 milhões de dólares em Abaetetuba, onde pretende transportar anualmente cerca de 9 milhões de toneladas métricas de grãos, de barcaças para navios de carga para exportação.

No entanto, famílias que vivem na área onde a Cargill planeja construir o porto afirmam que o órgão federal de reforma agrária INCRA reservou parte das terras para elas em 2005, designando-a como Zona de Assentamento Agroextrativista de Santo Afonso, de acordo com documentos judiciais.

Os promotores disseram que o INCRA e a Agência Federal do Patrimônio do Pará (SPU) deveriam ter impedido a venda e seus funcionários também deveriam ser indiciados por não fazê-lo.

O INCRA e a SPU não responderam aos pedidos de comentários.

Antes mesmo da investigação criminal, o Ministério Público Federal do Pará havia solicitado liminar suspendendo o projeto do porto fluvial, citando indícios de que a área destinada ao seu uso havia sido obtida ilegalmente “por meio de grilagem de terras”.

Um juiz ainda não se pronunciou sobre este pedido.

A Cargill, que opera três outros portos fluviais na Amazônia, disse que seus estudos de impacto ambiental para o porto aguardam análise das autoridades ambientais estaduais para licenciamento. preliminares.

“Não construímos e não construiremos um terminal até obtermos todas as licenças necessárias e consultarmos as comunidades locais”, disse a Cargill em comunicado por escrito.

($1 = 5,0658 reais)

Recent Posts

Brasil: Entenda tudo sobre o caso da joalheria saudita que constrange Jair Bolsonaro

O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro se encontra em crise mais uma vez. A polícia brasileira…

1 semana ago

O brasileiro preso na Espanha pretendia fugir

Quando questionado pela televisão espanhola, um ex-companheiro de prisão de Daniel Alves afirmou que o…

1 semana ago

Brasil abre o baile para as crianças

Criar uma conta Habilite o JavaScript no seu navegador para acessar o cadastro em…

1 mês ago

Escolhendo o relé térmico certo para a proteção ideal do motor

Os motores elétricos servem como a espinha dorsal das operações industriais, impulsionando uma infinidade de…

1 mês ago

“Nenhum filme sozinho pode proteger os povos indígenas”

René Nader Misura e João Salaviza retratam incansavelmente a resistência Krahu no Nordeste do Brasil.…

2 meses ago

Usando excitações atômicas para medir a rotação do espaço-tempo

A taxa de excitação de átomos sob diferentes valores de ohm. Fonte: Arksif (2024). doi:…

3 meses ago