Caso Ghosn: Interpol enviou um aviso vermelho ao Líbano

Caso Ghosn: Interpol enviou um aviso vermelho ao Líbano

A pressão está aumentando sobre o ex-empresário. Uma fonte judicial disse à AFP, na quinta-feira, que o Líbano recebeu um aviso vermelho da Interpol com base em um mandado de prisão internacional emitido pelos tribunais franceses contra Carlos Ghosn, ex-chefe da aliança automobilística Renault-Nissan que reside no Líbano.

Carlos Ghosn, que tem nacionalidades libanesa, francesa e brasileira, deveria ser julgado em Tóquio por peculato financeiro e mora em Beirute desde sua notável viagem do Japão no final de 2019.

A fonte libanesa, que pediu para não ser identificada, disse que “o procurador-geral Ghassan Oueidat recebeu um aviso vermelho da Interpol com base em um mandado de prisão internacional emitido pela França” no mês passado.

Aviso antes da prisão

Os Avisos Vermelhos da INTERPOL, que não são mandados de prisão internacionais, são emitidos a pedido de um Estado Membro às agências de aplicação da lei em todo o mundo para deter temporariamente pessoas, antes de uma possível extradição ou outro processo judicial.

A notificação contra Carlos Ghosn, 68, é um teste da cooperação franco-libanesa. O Líbano não extradita seus nacionais e já proibiu o empresário de viajar. “O procurador-geral definirá uma data para o interrogatório de Ghosn nos próximos dias”, acrescentou a fonte.

Em seguida, o promotor público terá que decidir se emite um mandado de prisão imediata contra ele ou se espera por seu processo até que seu processo seja enviado pela França aos tribunais libaneses. A mesma fonte disse que o Líbano não concordará em extraditar Ghosn, que tem cidadania libanesa, porque é contra a lei.

O mandado de prisão internacional emitido pelos tribunais franceses em abril contra Carlos Ghosn veio como parte de uma investigação sobre abuso de ativos corporativos, lavagem de dinheiro em uma gangue organizada e corrupção.

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Preso em novembro de 2018 em Tóquio, justificou sua fuga em dezembro de 2019 alegando que queria “escapar da injustiça”, denunciando uma “conspiração” por parte das autoridades japonesas.

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