Um porta-voz do Ministério da Defesa alemão anunciou na noite de sábado que o comandante da Marinha alemã, Kay Achim Schönbach, renunciou ao cargo após declarações controversas sobre a crise na Ucrânia.
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O vice-almirante, que, entre outras coisas, descreveu a ideia de que a Rússia quer invadir a Ucrânia, deixará seu cargo “com efeito imediato”, informou o porta-voz à AFP.
O que Vladimir Putin quer é ser “respeitado”, declarou este soldado de acordo com um vídeo divulgado online, filmado durante uma reunião de think tank realizada na sexta-feira em Nova Délhi.
“É fácil dar a ele o respeito que ele quer e talvez ele mereça também”, acrescentou. A ideia de que a Rússia queira invadir parte da Ucrânia seria, disse ele, “absurdo”.
Ele também sentiu que a Crimeia, que a Rússia anexou em 2014, “se foi e não retornará” à Ucrânia.
Este oficial superior havia se declarado culpado à tarde, descrevendo suas declarações como “imprudentes”. “Sem assédio: foi claramente um erro”, escreveu ele em um tweet.
Mas ele deixou claro em um comunicado à imprensa divulgado esta noite que apresentou sua renúncia para “evitar mais danos à Marinha alemã, especialmente à República Federal da Alemanha”.
O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia convocou a embaixadora alemã Anka Feldusen esta tarde após essas declarações, que Kiev considerou “totalmente inaceitáveis”.
Os comentários do vice-almirante vieram em meio a uma crise russo-ocidental sobre a Ucrânia.
Intensos esforços diplomáticos estão sendo feitos em ambos os lados para evitar que a situação se deteriore, enquanto dezenas de milhares de soldados russos ainda estão concentrados na fronteira ucraniana.