Cinema. Diário de uma empregada doméstica brasileira

Cinema.  Diário de uma empregada doméstica brasileira

No Brasil, como em todo o hemisfério sul, o Natal acontece no verão, daí a ironia para nós nas caixas que anunciam as três temporadas do filme: “Dezembro 2015”, “Dezembro 2016”, “Dezembro 2017”. Descobrimos a evolução do estado da casa de luxo no final de cada ano, a partir de 2015, quando a família abastada prepara a sua festa de Natal, que será em volta da piscina e não na árvore – embora também esteja lá.

No meio da máquina está a empregada doméstica Mada, a distinta testemunha e atriz principal. Um personagem icônico, não só por ser tão belamente escrito, mas por interpretar a irresistível Regina Casset, uma velha atriz brasileira que voa com seu humor e natureza incomparável. Esta pessoa assume um ou mais tipos de personalidade que ela já tinha Uma segunda mãe (2015), de Anna Muellert. Mas, se havia também uma questão de família burguesa, como em muitos filmes brasileiros recentes, não teve o mesmo alcance que em Três verões. Aqui, não se trata apenas de um dilema em torno de duas classes sociais, mas também, por implicação, uma acusação contundente sobre a decadência da classe dominante no Brasil, dos homens indecentes que se envolvem em seus ardilosos ardis. Os costumes e práticas desviantes que se tornaram um esporte nacional brasileiro: “Os julgamentos foram filmados e transmitidos no ar. Prisões incríveis … O país está acostumado a acompanhar as flutuações políticas como se fosse uma série de TV.”Sandra Cogot, a diretora, explica.

Por trás dessa agradável história familiar vista por seus servos, Sandra Cujut está processando os ricos, cujas violações indiretamente levaram a extrema direita ao poder no Brasil. Mas, em vez de redigir uma acusação regular, ela prefere destilar todas as ironias da situação por meio do onipresente Mada e enfrentar os controles do barco bêbado que gradualmente se tornará seu lar.

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A festa de fim de ano é quase normal

Na verdade, essas três temporadas correspondem às três fases da queda da família Edgar e Martha, chefes de Mada. Cena 1: Uma festa de fim de ano quase normal com toda a família reunida em torno do Patriarca, Sr. Lyra. Mas Edgar passa e já recebe telefonemas estranhos … Capítulo 2: Os preparativos da celebração a todo vapor, mas a família ficou evidente pela ausência dele. A esposa e os filhos saíram e o pai foi preso. A polícia chega … Terceira rodada: Os servos ainda moram na casa que eles transformaram em um estúdio de cinema. Distinguir em Abeyem, espaços satíricos; Os atores personificam a família BCBG, que possui produtos para a casa incontáveis. Em duas fases, três movimentos, com um projeto de lei muito próximo do documentário, Sandra Cogot quase transmite a história contemporânea de seu país neste lugar único, fazendo desta família patriarcal, símbolo do liberalismo brutal, uma metáfora, sem esquecer as mãozinhas corruptíveis .. para agradecer pelo que mostra o povo brasileiro. Um show incrível que não só falta tempero, mas também termina de forma humana e emocional. Uma sensação alcançada pelo deslumbrante ponto de esplendor de Régina Casé. Ação completa e revigorante.

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