COVID-19 no Brasil: Quando ciência e política se chocam | Coronavírus

A comissão começou assim a ouvir os quatro ministros da saúde sucessivos.

Sob a lupa: as declarações incendiárias do presidente, sua rejeição às restrições de saúde, as falhas de vacinação e, em geral, a rejeição de pareceres científicos, em especial a da Dra. Margareth Dalcolmo, pneumologista da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ ), uma instituição federal de pesquisa, desenvolvimento e fabricação de vacinas.

A voz da ciência

Desde o início, o presidente Jair Bolsonaro minimizou a pandemia, chamou-a de gripe pequena, recusou bloqueios, pediu às pessoas que parassem de reclamar e achou normal que houvesse mortes.

Isso é inaceitável, de acordo com cientistas.

Esse discurso político que alguns fizeram no Brasil é algo que nós médicos não podemos aceitar: que as pessoas devem ter permissão para se contaminarem para obter um nível de proteção da comunidade. Isso está completamente fora de questão, diz o Dr. Dalcolmo em um francês excelente.

Porque na Amazônia, depois de seis meses, veio a segunda onda com essa nova variante, e entre todos que adoeceram, a maioria dos casos foram recontaminações; significa uma segunda doença na mesma pessoa.

Uma citação de:Dra. Margareth Dalcolmo, pneumologista

A Dra. Dalcolmo não cita ninguém por ser funcionária federal.

Após o pico da mortalidade em abril, com mais de 4.000 mortes por dia, podemos ver o fim de uma segunda onda que começou em fevereiro. Mas o Dr. Dalcolmo está preocupado.

Eu digo que no Brasil a situação ainda é catastrófica, porque ainda não sabemos se teremos, por exemplo, uma terceira onda, ela diz.

A gente está saindo, começando bem devagarinho, devagarzinho, pra diminuir um pouco o número de casos e mortes. Mas ainda temos mais de 2.000 mortes por dia, o que é algo inédito. Felizmente, as duas vacinas que temos no Brasil oferecem boa proteção contra a nova variante brasileira, a P1. Pelo menos é isso. Deus ainda é brasileiro, como dizemos aqui!, lança o cientista, rindo.

Falta cruel de vacinas

É claro que o Brasil perdeu o início da corrida pelas vacinas. O governo começou recusando a primeira vacina chinesa. Em seguida, ele autorizou os testes de fase três em 10.000 voluntários no Brasil da vacina Johnson & Johnson, que ele nunca pediu. O mesmo vale para a Pfizer, da qual recusou 70 milhões de doses em agosto passado. Mais tarde, ele encomendou 100 milhões, que estão apenas começando a chegar.

O Brasil participa do programa internacional COVAX, mas receberá apenas o suficiente para vacinar 10% de sua população de 220 milhões de habitantes. O Brasil fabrica, sob licença, uma vacina chinesa no laboratório do Butantan em São Paulo, o Coronavac, e a vacina AstraZeneca no laboratório da FIOCRUZ.

Devido à falta de doses de Coronavac, a segunda dose será administrada três meses depois, em vez de três semanas, enfurecendo aqueles cujas consultas foram canceladas.

Quatro vacinas totalmente brasileiras também estão em desenvolvimento, mas Dalcolmo diz que elas não estarão disponíveis por dois ou três anos.

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