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Cúpula da Amazônia | Presidente do Brasil quer que países ricos coloquem a mão no bolso

(Belém) O presidente brasileiro Lula pediu na quarta-feira aos países ricos que contribuam financeiramente para os esforços para conter o desmatamento, após uma cúpula de países amazônicos que resultou em poucos anúncios concretos.




“Não são países como Brasil, Colômbia, Venezuela que precisam do dinheiro. É a natureza”, disse Luiz Inácio Lula da Silva durante coletiva de imprensa em Belém, onde esta cúpula serviu de ensaio geral para a COP30.

É nesta cidade de 1,3 milhão de habitantes localizada no norte do Brasil, às portas da Amazônia, que acontecerá esta conferência do clima da ONU em 2025.

Os debates, que começaram na terça-feira, reuniram pela primeira vez em 14 anos representantes dos oito países membros do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).

Brasil, Colômbia, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela assinaram a “Declaração de Belém”, prevendo a criação de uma Aliança contra o desmatamento, mas sem fixar objetivo concreto.

“Não há uma medida clara para responder à emergência climática, nenhum objetivo preciso ou prazo fixo para erradicar o desmatamento”, criticou Leandro Ramos, da filial brasileira do Greenpeace, na quarta-feira, que também teria gostado que a declaração se referisse ao “fim de exploração de petróleo” na Amazônia.

“Para que nossa visão não fique apenas no papel, precisamos adotar ações concretas”, reconheceu o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira.

Mensagem de Macron

A cúpula na quarta-feira reuniu outros participantes, incluindo os presidentes do Congo-Brazzaville e da República do Congo, países que também abrigam vastas florestas tropicais. A Indonésia também esteve representada, assim como São Vicente e Granadinas

Ao final dos debates, foi publicada mais uma declaração conjunta, em nome desses países e dos oito membros sul-americanos da OTCA, para afirmar seu “compromisso com a preservação das florestas, a redução das causas do desmatamento e a busca por uma transição ecológica justa”.

Eles também expressaram sua “preocupação com o desrespeito aos compromissos financeiros dos países desenvolvidos”, citando os 100 bilhões de dólares anuais prometidos aos países em desenvolvimento para enfrentar o aquecimento global. Uma promessa que data de 2009 e inicialmente deveria ser cumprida a partir de 2020.

“Se os países ricos realmente querem preservar as florestas existentes, eles têm que investir dinheiro, e não só cuidar das árvores, mas das pessoas que vivem lá embaixo, que querem viver com dignidade”, insistiu Lula, acreditando que a cimeira seria “visto no futuro como um ponto de viragem no desenvolvimento sustentável”.

“Estabelecemos as bases para a construção de uma agenda comum com os países em desenvolvimento com florestas tropicais, até nos reunirmos aqui em Belém para a COP30”, acrescentou.

A França, que tem território amazônico com a Guiana, participou dos debates na quarta-feira por meio de sua embaixadora em Brasília, Brigitte Collet, que leu uma mensagem enviada pelo presidente Emmanuel Macron.

Este último queria “confirmar o forte compromisso da França com a proteção das florestas e da Amazônia em particular”.

Para lutar contra a desflorestação, apelou a “encontrar soluções concretas para os nossos problemas comuns, não fechando as florestas tropicais, mas associando as populações que vivem na floresta e da floresta, e que são os seus primeiros guardiões.

Evite o ponto sem retorno

O objetivo da reunião de quarta-feira também foi buscar pontos de acordo em vista da COP28. Ela será realizada no final do ano em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, que também enviou um representante a Belém.

A declaração conjunta dos países da OTCA, um documento fluvial em 113 pontos, detalhou os marcos da cooperação “para evitar que a Amazônia chegue a um ponto sem volta” nessa vasta região. abriga cerca de 10% da biodiversidade mundial.

Se esse ponto sem retorno fosse alcançado, a Amazônia emitiria mais carbono do que absorveu, o que agravaria o aquecimento global.

Entre 1985 e 2021, a floresta amazônica perdeu 17% de sua vegetação, segundo dados do projeto de pesquisa MapBiomas.

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