Categories: Top News

Desculpas de Doria não apagam nova ‘tatuagem’ – 24/12/2020

De volta a São Paulo, João doria Perguntou “desculpas a quem imaginou que eu estava saindo da cidade ou o estado de São Paulo, após medidas restritivas, para desfrutar de uma vida confortável e com menos restrições em Miami.

Quem comete um erro e não dá o braço para torcer comete dois erros. Assim, desculpas são sempre melhores do que negligência. Na política, no entanto, quando o erro é primário enquanto o vôo cai e volta de Doria para Miami, a autocrítica não apaga o que aconteceu.

O fiasco fica registrado na história do político que o comete como uma tatuagem, cujos contornos os adversários terão o cuidado de destacar em momentos cruciais.

Doria disse que “há muitos meses” marcou “duas conferências na Flórida”. Em combinação com Bia, sua esposa, ele encaixou as palestras em um descanso de dez dias. Beleza.

No entanto, para cada forma de fazer algo errado, sempre existem dezenas de desculpas para não fazê-lo. No caso de Doria, bastaria: a intensificação da pandemia.

Dias atrás, o grão-tucano Fernando Henrique Cardoso afirmou que Doria terá de “nacionalizar” para ter alguma chance na corrida presidencial de 2022. É verdade. Há, porém, um desafio anterior: o governador precisa reconquistar a cidade de São Paulo, talvez o estado.

Na recente eleição municipal, o tucano Bruno Covas foi reeleito prefeito da capital paulista, escondendo Doria. E tinha seus motivos: segundo o Datafolha, 61% dos eleitores paulistas disseram que não votariam em um candidato apoiado por Doria.

Deve-se à rejeição de outra tatuagem registrada na biografia do personagem: o abandono do mandato do prefeito pela metade, para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes. Doria foi eleito governador. Mas a dor do eleitorado da capital persiste.

O descanso é um sacrossanto direito para qualquer pessoa. Mas um governador não pode voar para o exterior como turista depois de fechar o estado em casa. Sob alerta vermelho, Doria deve descansar atrás das paredes de sua mansão.

A residência do governador estava faltando uma criança. Qualquer menino de cinco anos teria gritado ao presenciar a partida de Doria e Bia: “Lá em cima! Desfaça as malas imediatamente. Isso não faz sentido. Vai ser ruim.”

Respeito pela comunidade é algo que deveria ser natural para um político que afirma chegar ao Planalto – natural como a escama de um peixe. A falta de sensibilidade produz tatuagens indeléveis.

Recent Posts

Brasil: Entenda tudo sobre o caso da joalheria saudita que constrange Jair Bolsonaro

O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro se encontra em crise mais uma vez. A polícia brasileira…

20 horas ago

O brasileiro preso na Espanha pretendia fugir

Quando questionado pela televisão espanhola, um ex-companheiro de prisão de Daniel Alves afirmou que o…

1 dia ago

Brasil abre o baile para as crianças

Criar uma conta Habilite o JavaScript no seu navegador para acessar o cadastro em…

3 semanas ago

Escolhendo o relé térmico certo para a proteção ideal do motor

Os motores elétricos servem como a espinha dorsal das operações industriais, impulsionando uma infinidade de…

1 mês ago

“Nenhum filme sozinho pode proteger os povos indígenas”

René Nader Misura e João Salaviza retratam incansavelmente a resistência Krahu no Nordeste do Brasil.…

2 meses ago

Usando excitações atômicas para medir a rotação do espaço-tempo

A taxa de excitação de átomos sob diferentes valores de ohm. Fonte: Arksif (2024). doi:…

3 meses ago