Desmatamento recorde em abril na Amazônia, sob “tremenda pressão”

Desmatamento recorde em abril na Amazônia, sob “tremenda pressão”

De 1º a 29 de abril, imagens de vigilância mostraram alertas de desmatamento em 1.012 km2, o equivalente a cerca de 1.400 campos de futebol, no Brasil.

O desmatamento na Amazônia bateu um novo recorde para o mês de abril, com mais de 1.000 km2 desmatados, quase o dobro do mesmo mês do ano passado sob “tremenda pressão”, segundo ativistas ambientais. Os dados de satélite comunicados na sexta-feira são ainda mais alarmantes, segundo os especialistas, porque não levam em conta o mês inteiro.

De 1º a 29 de abril, imagens do sistema de monitoramento Deter do Instituto de Pesquisas Espaciais do INPE mostram alertas de desmatamento em mais de 1.012 km2, o equivalente a cerca de 1.400 campos de futebol. O recorde anterior era de 580 km2, para todo o mês de abril de 2021. Desde o início do ano, 1.954 km2 foram desmatados, quase o dobro dos primeiros quatro meses de 2021 (1.153 km2). Abril é o último mês da estação chuvosa, quando o desmatamento costuma ser menos severo. Mas o número deste ano está próximo do recorde de um mês de junho, que marca o início da estação seca (1.061 km2 em 2021). “Esse número é extremamente alto para este período, mostra a imensa pressão sobre a floresta este ano”, lamenta Maria Napolitano, gerente científica do WWF Brasil.

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O efeito Bolsonaro

A situação se deteriorou principalmente desde que o presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro chegou ao poder: em seus três primeiros anos no cargo, o desmatamento aumentou mais de 75% em relação à média anual da década anterior. Um estudo publicado nesta terça-feira pelo coletivo de ONGs e universidades MapBiomas mostrou que desde que chegou ao poder em janeiro de 2019, os órgãos governamentais de proteção ambiental só intervieram após 2,17% dos alertas. de desmatamento informado pelo sistema Deter. “Os criminosos que praticam o desmatamento ilegal têm um grande aliado, o governo Bolsonaro, que está a seu serviço”, disse à AFP Marcio Astrini, do Observatório do Clima, para quem os números de abril são “terríveis, assustadores e revoltantes”.

Na semana passada, o astro de Hollywood Leonardo Di Caprio convocou os jovens brasileiros a se registrarem massivamente nas listas eleitorais para as eleições presidenciais de outubro, durante as quais Bolsonaro buscará um novo mandato. “O Brasil abriga a Amazônia e outros ecossistemas críticos para as mudanças climáticas (…). O que acontece lá importa para todos nós e o voto dos jovens é essencial para impulsionar mudanças para um planeta saudável”, escreveu no Twitter. O presidente o “agradeceu” com ironia, dizendo que “o povo vai decidir se quer manter nossa soberania sobre a Amazônia ou prefere ser governado por ladrões que servem a interesses estrangeiros”.

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