O banco, que deve entrar em funcionamento no final de fevereiro, vai permitir que os empresários obtenham pequenos empréstimos ou mesmo simplesmente para os residentes obterem um cartão bancário. A ideia é resultado da união de duas favelas em São Paulo, duas no Rio e seis outros estados no Brasil, que criaram o “G10 Favelas” para implementar diversos projetos.
Segundo o Instituto Lokomotiva, cerca de 45 milhões de brasileiros – ou cerca de um em cada três adultos – não têm conta em banco. Objeto: desconfiança mútua entre bancos e desempregados ou pessoas de baixa renda.
Os empréstimos dificilmente são concedidos a famílias e empresários de bairros pobres. Mas, nestes tempos de crise, tomar um empréstimo pode salvar algumas pequenas empresas.
A solidariedade não é mais suficiente
É o caso do Bistrot Mains de Marie, no coração de Paraisópolis, a segunda maior favela de São Paulo com mais de 100 mil habitantes. O restaurante comunitário inaugurado em 2018 sempre realizou ações sociais em prol dos moradores da favela. Participou ativamente da solidariedade local desde o início da crise sanitária, organizando distribuição de refeições. “Conseguimos distribuir 1,3 milhão de refeições desde o início da epidemia, devido ao aumento da solidariedade. Mas, desde dezembro, as doações privadas diminuíram “, explica Elisandra Serquera, fundadora do restaurante.
Para manter sua atividade de solidariedade e também os salários da equipe do bistrô, apesar de sua baixa rotatividade, Elizandra precisa pedir dinheiro emprestado. Para isso, depende do banco da favela. “Os bancos tradicionais têm muitos requisitos para conceder crédito e você deve fornecer garantias e um histórico contábil completo. O Banco G10 terá uma abordagem mais adaptativa para os clientes em subúrbios e favelas.”
Além da possibilidade de obtenção de crédito a juros baixos para empreendedores de favelas, o “Banco G10” poderá fornecer aos moradores um cartão bancário para que possam pagar nas lojas do bairro o equivalente ao que lhes seria distribuído no forma de uma cesta de produtos básicos. Com um capital inicial de 1,8 milhões de riais (280 mil euros) fornecidos por “investidores desconhecidos”, o banco vai beneficiar da assessoria de economistas e financiadores. Um terço dos lucros do banco financiará programas sociais, como os implementados durante a pandemia.
Uma mãe e doze bocas para alimentar
Com a alta do desemprego e o fim da ajuda emergencial do governo, os mais vulneráveis agora dependem da solidariedade apenas para sobreviver. Em Paraisópolis, a fila para receber uma refeição sinuosa ao pé da favela todas as manhãs.
A moradora Célia da Costa Gómez sai com os braços carregados de cinco ou seis bandejas de alumínio, que mal dão para alimentar a família. Esta mulher desempregada de 40 anos é mãe de 12 filhos e já avó. “Dependo de donativos para produtos básicos mas não chega. O socorro de emergência deve voltar, porque aqui não tem mais trabalho. Consegui este subsídio excepcional durante a pandemia de 600 riais por mês (cerca de 100 euros) que terminou em Dezembro.
Naldo Matos, 42, não conseguiu nem aquela ajuda. Ele viveu em bicos até o início da epidemia, quando tudo parou. Desde então, ele não trabalha mais e passa todos os dias para dispensar as refeições. “Estou com muitos problemas agora. Hoje, por exemplo, não tenho nem 1 rial (0,15 euros) para comprar pão.”
“Achamos que é o momento em que as pessoas mais precisam”, explica Gilson Rodriguez, Coordenador do G10 Favelas. “Esperamos nos tornar o banco de desenvolvimento de favelas.”
LQ / AFP
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