Dom Quixote no leito da economia brasileira

Dom Quixote no leito da economia brasileira

Com um gesto confiante, ele traça coordenadas e ordenadas, desenhando curvas e linhas que representam os desequilíbrios da economia brasileira, suas contradições e o que precisa ser feito para enfrentá-los. Então ele o interrompe divertido: “Eu sou Dom Quixote.”

Luiz Carlos Presser-Pereira, que tem mais de 80 anos, tem conseguido manter essa sabedoria misturada com idealismo. Economista, foi ministro três vezes no governo pós-ditadura de José Sarney (1985-1990) e depois de Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), um homem que segue as teorias do desenvolvimento, decidiu sair da aposentadoria para ajudar sua família. país.

Há vários meses o Brasil afunda, atolado em casos de corrupção. A estagnação histórica é seguida por um crescimento indiferente. Ouvindo o senhor Bracer Pereira, se não fizermos nada a situação não mudará: “Fomos diagnosticados erroneamente por mais de vinte anos.”

Apelo à unidade nacional

Com preocupação, o ex-professor da Universidade de São Paulo (USP) divulgou em abril um comunicado chamado “Projeto Nação Brasileira”. – Um apelo à unidade nacional para convencer os futuros líderes a resolver os principais desequilíbrios do país. Desde então, o comunicado reuniu dez mil assinaturas, atraídas por Celso Amorim, ex-chanceler de Lula, e pelo cantor Chico Buarque, incluindo o pensador de esquerda André Singer.

Bresser Pereira explica que o objetivo do manifesto é alcançar um crescimento forte, capaz de reduzir a desigualdade, sem comprometer o meio ambiente. Para conseguir isso, o economista define as principais prioridades. A primeira visa a política orçamental, que deve ser anticíclica: moderar a despesa quando há crescimento e aumentá-la quando a crise chegar. Uma crítica direta à emenda constitucional promulgada em 2016, que exige o congelamento dos gastos do Estado por vinte anos. “Fodido dispositivo”Ele disse.

Para Presser Pereira, “o Brasil é um país de usura, nas mãos de financistas e rentistas”.

O segundo desafio é a capacidade de reduzir as taxas de juro, que se tornaram galopantes desde o fim da hiperinflação na década de 1990. “O Brasil é um país de usura nas mãos de financiadores e inquilinos.”“, sublinha Presser Pereira, referindo-se ao custo do crédito rotativo praticado pelos bancos, que ronda os 400% ao ano.

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O economista também ataca o câmbio. É um indicador que os brasileiros examinam com preocupação, convencidos de que a queda da moeda, o real, é um sinal do declínio do seu país. No entanto, Presser Pereira acredita que a taxa de câmbio tem estado demasiado elevada há uma década, o que está a contribuir para a exacerbação da desindustrialização. Por fim, o ex-ministro pede a retomada dos investimentos públicos e da reforma tributária que visa tornar os impostos brasileiros progressivos, a fim de reduzir a desigualdade, e não aumentá-la.

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