Ao desligar a TV ou o rádio, retirar os fones de ouvido ou fechar o laptop, você poderá ouvir melhor o canto dos pássaros, os sons da natureza ou o zumbido abafado da cidade. Da mesma forma, na escuridão de uma noite sem iluminação geral e vitrines iluminadas, o céu se apresenta ao olhar com mais força.
A poluição luminosa, por ser assim, é certamente um custo para a sociedade e um desperdício de recursos energéticos, sem falar no seu potencial de prejudicar a conservação da biodiversidade. Mas além dessas considerações econômicas e ambientais, ela literalmente nos cega.
A paixão pelo espaço ganha agora um vigor sem precedentes neste século: lutamos para ser os primeiros a voltar à lua ou a pousar em Marte, fotos de Thomas Pesquet ou do telescópio James Webb são compartilhadas como pãezinhos nas redes sociais, NASA, Cnes e a Agência Espacial Europeia competem com a Virgin Galactic e a SpaceX para nos fazer sonhar com planetas próximos e galáxias distantes.
No entanto, você não precisa de toda essa tecnologia para descobrir o universo. As noites estreladas, que começam na sexta-feira por três dias, nos dão a oportunidade, simplesmente levantando os olhos para a abóbada celeste, como o homem faz desde o início dos tempos – assim é. Porém, com a condição de não se deixar deslumbrar pelas inúmeras luzes da cidade que impedem que a beleza estelar se revele a todos.
Como escreveu Antoine de Saint-Exupéry, às vezes basta desligar a lâmpada da rua para iluminar as estrelas do céu e também os olhos das crianças.
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