Depois da Guiana, o presidente francês Emmanuel Macron segue para o vizinho Brasil para uma visita de três dias. Esta será a primeira visita bilateral ao Brasil e até à América Latina. O presidente francês chegará na tarde de terça-feira, 26 de março, para uma primeira parada em Belém, na Amazônia, depois seguirá para o Rio, São Paulo e a capital Brasília. Uma verdadeira viagem por este gigante da América Latina para marcar a reunificação franco-brasileira após as tensões diplomáticas dos anos Bolsonaro.
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Para dar as boas-vindas ao seu anfitrião francês, o presidente brasileiro Lula faz todos os esforços. Estão previstos três encontros em três dias, em três cidades diferentes – sob o raro protocolo de uma visita de Estado. Com a chegada do presidente francês de Guianaos dois líderes se encontrarão em Belém, próximo à foz do rio Amazonas, para visitar uma fábrica de cacau e conversar com lideranças indígenas.
Emmanuel Macron se reunirá com a Ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e se reunirá com representantes dos povos Xingu e Yanomami em particular. Ao microfone de Lúcia Muzell da redação brasileira da RFIo ministro lembra que a França e a Europa têm um papel a desempenhar na preservação dos direitos destas comunidades conhecidas pela sua gestão sustentável da floresta.
Para proteger as florestas do Brasil, devemos proteger os direitos dos povos indígenas e as vidas daqueles que vivem na floresta.
Sonia Guajajara, Ministra dos Povos Indígenas
“ Lula quer mostrar a Emmanuel Macron a complexidade da Amazônia, que não é apenas uma vasta floresta tropical, mas também um lugar onde vivem 25 milhões de pessoas », declarou à imprensa na sexta-feira, 22 de março, a mais alta diplomata brasileira para a Europa e América do Norte, Maria Luisa Escorel.
Em Paris, falamos de um “ Momento franco-brasileiro » mesmo que não faltem temas controversos: no que diz respeito primeiro à Ucrânia, Lula ainda se recusa a tomar partido contra a Rússia ou a ratificação do acordo comercial entreUnião Europeia e a Mercosul que está suspenso, nomeadamente devido ao bloqueio em França. Oficialmente, esta última não estará na agenda porque não é uma questão bilateral, disseram autoridades brasileiras e francesas.
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Em Paris, reconhecemos estas diferenças, mas isso não deve impedir-nos de avançarmos juntos noutras áreas. Em qualquer caso, esta é a mensagem que o presidente francês deseja transmitir durante a sua visita. Os dois países querem intensificar a sua cooperação na luta contra a desflorestação, na redução dos combustíveis fósseis e na transição ecológica.
Lula e Emmanuel Macron também partilham a convicção de que a luta contra o clima anda de mãos dadas com a luta contra a pobreza. Uma grande delegação de empresários acompanha o presidente francês que deseja aproveitar a viagem para pedir às empresas brasileiras que invistam mais em seu país.
As relações entre França e Brasil atingiram um ponto baixo em 2019 após críticas de Emmanuel Macron visando o então presidente Jair Bolsonaro, ligado a incêndios monstruosos na Amazônia. O presidente brasileiro acusou seu homólogo francês e outros países do G7 de tratar o Brasil como “ uma colónia “.
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