De facto, uma depressão deslocou-se muito lentamente sobre a área e é precisamente esta fraca velocidadevelocidade de movimento (quase estacionário) que lhe permitiu chover fortes e tempestuosas continuamente durante vários dias: até 200 mm localmente. As ruas da cidade ficaram submersas, barragens romperam-se e ocorreram deslizamentos de terra: pelo menos 100 pessoas morreram e outras tantas continuam desaparecidas. 60.000 casas foram danificadas em cerca de 400 municípios.
Em Porto Alegre, o rio Guaîba atingiu 5,3 metros de altura, superando o recorde anterior de 1941. Mas esse evento intenso segue uma série de fortes chuvas que já duram um ano: os solos já estavam saturados de água e essas novas chuvas poderiam não ser absorvido.
As imagens de aldeias submersas durante várias centenas de quilómetros são particularmente impressionantes. Milhares de animais de fazenda morreram nesta região de reprodução. O vídeo do cavalo Caramelo, preso em uma tetoteto no meio das ondas, deu a volta ao mundo.
O animal foi resgatado pelos bombeiros e já está fora de perigo.
A precipitação aumentou 15% em comparação com os mínimos anteriores
No passado, depressões semelhantes à que afetou o Sul do Brasil eram menos chuvosas, dependendo da organização Climametro. Para um evento semelhante, a precipitação aumentou 15%, ou até 6 mm a mais por dia, entre depressões recentes deste tipo (2001-2023) e depressões passadas (1979-2001). O aumento é visível, mas como afirmado Climametro, também não é enorme. A variabilidade natural (que inclui o fenómeno El Niño e a Oscilação Multidecadal do Atlântico), tal como as alterações climáticas, desempenharam, portanto, ambos um papel. Climametro no entanto, especifica que o aumento global das temperaturas desempenhou certamente o papel mais importante, com um índice de confiança médio a elevado.
No momento da formação da depressão, as temperaturas eram superiores às médias sazonais em cerca de +5°C. Quanto mais altas as temperaturas, mais a água superficial dos oceanos evapora e mais chuva cai nas depressões.
A organização especifica que, desde 1960, o aquecimento global afetou claramente a distribuição das chuvas no Brasil, com extremos mais acentuados em ambas as direções: áreas cada vez mais secas e áreas cada vez mais úmidas. Novas chuvas fortes são esperadas novamente na mesma área entre esta sexta e segunda-feira.