Futebol: John Textor evoca “a realidade” da manipulação de resultados no Brasil e cita também a França

Nesta segunda-feira, em Brasília, durante audiência de uma comissão do Senado responsável por investigar possíveis manipulações de resultados, John Textor denunciou a “manipulação de resultados” no futebol. “O que descobrimos no Brasil não é diferente do resto do mundo, na Bélgica, na França, em toda a Europa. A manipulação de resultados (no futebol) é uma realidade”, declarou o empresário, também dono do Lyon (Ligue 1) e do Molenbeek (1ª divisão belga).

Ouvido durante três horas por esta comissão presidida pelo ex-jogador e atual senador Romário, o dirigente do Eagle Foot denunciou notadamente a forma como a Federação Brasileira de Futebol (CBF) selecionou os árbitros e garantiu que apoiará todas as suas acusações na próxima segunda-feira. durante outra sessão, desta vez a portas fechadas. Para isso, reiterou que quer contar com a inteligência artificial (IA) que, segundo ele, “permite analisar imagens com mais precisão do que os humanos”.

Perseguido pela Justiça Desportiva Brasileira

Dono do Botafogo desde março de 2022, John Textor denunciou diversas vezes suposta corrupção no futebol brasileiro, dizendo ter sido prejudicado pela suposta manipulação de determinadas partidas, sem, no entanto, apresentar provas até então. Na temporada passada, seu clube, o Botafogo, há muito tempo na liderança do campeonato, finalmente perdeu o título para o Palmeiras, coroado pelo segundo ano consecutivo. “Vamos demonstrar de forma irrefutável que o Palmeiras se beneficiou dessa manipulação de resultados”, proclamou John Textor na segunda-feira.

Diante da comissão senatorial, criada para investigar o envolvimento de jogadores, dirigentes ou empresas de apostas esportivas em possíveis manipulações de resultados, o americano também voltou a mirar a CBF. “Peço que o poder da CBF seja reduzido. Vale a pena jogar futebol no Brasil (e) é hora de limpar”, disse.

Por suas acusações, John Textor também está sendo processado pelo Sistema de Justiça Desportiva Brasileiro (STJD). Já o condenou em novembro passado a um mês de suspensão por acusar a CBF de corrupção após a derrota do Botafogo por 4 a 3 para o Palmeiras.